Amazônia deve abrigar novo modelo de hidrelétricas, diz secretário executivo de ministério

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Márcio Zimmermann, defendeu a construção de usinas hidrelétricas no modelo plataforma, na Amazônia. Segundo ele, essas usinas são fechadas por mata nativa em todo o seu entorno, evitando a construção de cidades, estradas ou outras formas de urbanização na região a ser preservada.
Para o secretário, o país precisa de crescimento da capacidade instalada de geração de energia e não pode prescindir do potencial hídrico da região Amazônica. “Para explorarmos esse potencial, tínhamos que utilizar conceitos novos”, disse Zimmermann, em entrevista ao Blog do Planalto.
A proposta desse tipo de usina surgiu a partir das plataformas de petróleo off-shore, que ficam no mar e não têm cidades em volta. O primeiro leilão dese formato deve ocorrer no próximo ano para uso de energia em 2016.


Entrevista com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, sobre as usinas plataforma




Usinas-plataforma: novo conceito na geração de energia elétrica


(Fonte: blog Complexo Tapajós, da Eletrobrás)
O Ministério de Minas e Energia se inspirou na produção de petróleo ‘off-shore’ para encontrar a solução para a geração de energia elétrica em plena floresta amazônica, no Pará. Os cinco projetos hidrelétricos do Complexo Tapajós, que serão leiloados em 2011 e terão capacidade de produzir eletricidade equivalente a uma usina de Itaipu, ocuparão o menor espaço físico possível, reduzindo o seu impacto ambiental. São as hidrelétricas-plataforma, conforme explica o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, com exclusividade ao Blog do Planalto:



A Eletrobrás está concluindo estudo de viabilidade do aproveitamento hidrelétrico no Complexo Tapajós. Vencida essa etapa, os leilões das usinas serão realizados. A expectativa é que o país possa contar com essa energia a partir de 2016.
Na última sexta-feira (12/2), o presidente Lula falou sobre o projeto das hidrelétricas-plataforma, durante inauguração em Goiânia da Barragem do Ribeirão João Leite:
E vamos também apresentar ao Brasil uma coisa chamada hidrelétrica-plataforma, que é um novo modelo de hidrelétrica em que a gente vai apenas fazer o desmatamento para construir a hidrelétrica. Depois vai fechar o desmatamento, não vai permitir a entrada de ninguém para não ter casa, não ter nada, e os trabalhadores que forem trabalhar na hidrelétrica, eles vão trabalhar como se fossem trabalhar numa plataforma da Petrobrás, em alto mar. Eles vão de helicóptero, descem lá na hidrelétrica, trabalham, ficam um certo tempo e voltam para casa, sem ter estrada, sem ter nada na hidrelétrica.
Esse é um modelo que a gente vai apresentar, que eu acho que a gente vai deixar o mundo boquiaberto de conhecer o que é o nosso projeto plataforma para fazer hidrelétrica. E aí, fazer o debate com a sociedade, fazer as audiências públicas que tiver que fazer, discutir com os nossos companheiros ambientalistas para que a gente, democraticamente, consiga convencer a sociedade brasileira de que não tem volta para o Brasil. Este país vai se transformar numa grande potência econômica nos próximos anos. É por causa do pré-sal, é por causa da Amazônia, é por causa da descoberta da biodiversidade, é pelo aproveitamento das coisas que a gente tem.


Um vídeo institucional produzido pelo governo federal dá a dimensão do empreendimento. A busca por alternativas energéticas para assegurar o abastecimento no País começou, segundo Zimermann, em 2004, quando ele comandava a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia. Por recomendação da ministra Dilma Rousseff, que naquela ocasião comandava a pasta de Minas e Energia, foi elaborado estudo com o objetivo de ampliar a capacidade de geração energética. Desse estudo saiu a idéia da usina-plataforma.

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