Autoridades brasileiras ocupam favela da Mangueira

Com seis blindados a abrir o caminho, as forças de segurança brasileiras ocuparam a conhecida favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, numa acção concertada para expulsar grupos de narcotraficantes e a instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora.
A operação tinha sido previamente anunciada para evitar que os habitantes pudessem ser apanhados num eventual fogo cruzado entre polícias e criminosos. O aviso permitiu que os gangs de traficantes de droga, que se tinham transferido para a Mangueira depois da ocupação do Complexo do Alemão pelo exército brasileiro, em Novembro passado, tivessem tempo de sair.

Centenas de agentes, das polícias militar e civil, apoiados por efectivos do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Corpo de Fuzileiros Navais e por representantes da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Defensória Pública do estado entraram na favela às 6 horas da manhã.

Duas horas mais tarde, e num acto simbólico, a bandeira do Brasil era içada no topo da favela, indicando o sucesso da operação, que decorreu sem uma única troca de tiros ou confrontos físicos.

A favela da Mangueira, com uma população estimada de um milhão de pessoas, é o berço da mítica escola de samba com o mesmo nome, uma das mais premiadas da história do Carnaval do Rio.

A operação desta manhã insere-se no programa mais vasto de pacificação das favelas do Rio de Janeiro, e faz parte do plano de segurança para o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, dois eventos que atrairão milhões de pessoas ao Rio de Janeiro. A vigilância apertada na Mangueira faz parte do “perímetro de segurança” do estádio do Maracanã, onde se disputará o jogo da final do campeonato do mundo.

O Governo do Rio de Janeiro já conseguiu instalar 18 Unidades de Polícia Pacificadora em outras tantas favelas cariocas. Trata-se de estruturas de proximidade, com agentes especialmente treinados para atender às necessidades da população local e que, em muitos casos, representam o único sinal da presença do Estado naquelas zonas urbanas.

por Rita Siza
TAG