Índios voltam a pedir a retirada dos destroços do Boing da GOL que caiu há quase 4 anos
A Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Mato Grosso enviaram à Funai, na segunda quinzena de março, um relatório com informações sobre os problemas ambientais registrados pelos índios na região do acidente, ocorrido em setembro de 2006. A assessoria do governo estadual informou que só após análise do documento é que a ténicos ambientais poderão dizer o que deverá ser feito na reserva indígena.
O cacique Raoni Metuktire, da tribo kaiapó, disse ao G1 que a água na região ficou contaminada após o acidente. ´´Bebemos água com gosto ruim. A pesca e a caça na região estão ruins também. Já pedi para tirar tudo de lá e até agora ninguém foi fazer alguma coisa. O lugar é reserva indígena que precisa ser preservada.´´
A reivindicação pela remoção dos destroços já havia sido feita pelo administrador regional da Funai em Colíder, Megaron Txucarramae, em 2008.
Raoni afirmou ainda que vai pedir um posicionamento da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Gol sobre o que ele julga ser um descaso com a floresta amazônica. ´´Eu vou cobrar a retirada do avião de lá. Estragaram a terra do índio. Vou viajar para Brasília e para São Paulo falar com quem tem que tirar tudo de lá.´´
Além da remoção dos destroços, Raoni quer levar ambientalistas para o local e fazer um relatório detalhado sobre os impactos provocados pelo acidente na reserva indígena. ´´Vamos pedir indenização por causa dos danos´´. Segundo a Funai de Colíder, o estudo ambiental será feito por engenheiros ambientais e técnicos do Instituto Raoni, presidido pelo cacique homônimo.
Reserva indígena isolada
A área onde ocorreu o acidente com o Boeing da Gol tem 6.350km² e fica na reserva indígena Kapot/Jarina, que abriga cerca de mil índios das aldeias Kapot, Metuktire e Piaraçú.
Raoni afirmou que a reportagem do G1 foi a última equipe a entrar no local do acidente. ´´Nenhum índio pisou no local desde a expedição feita em 2007 com o Coronel Marcos Marinho, marido de uma das vítimas da queda do avião´´. O local ficou fechado desde então, afirmou o cacique.
Outro lado
Em nota, a Gol informou que contratou uma empresa para estudar o impacto ambiental causado dos restos da aeronave e que o laudo não só apontou a inexistência de dano permanente, como concluiu que qualquer tentativa de retirar os destroços causaria novos danos, já que seria necessária a abertura de outras clareiras, com derrubada de árvores.
A FAB informou ao G1 que os destroços pertencem ao proprietário da aeronave e não tem atribuição legal de fazer retirada das peças do local do acidente.
Fonte: O Popular Online
06/04/2010
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