Foto: Gustavo Scatena/Redação Terra
O cientista e ecólogo norte-americano, pioneiro na pesquisa da Amazônia, Thomas Lovejoy, disse nesta sexta-feira que algumas regiões da floresta amazônica podem desaparecer em pouco tempo. Ao comentar um estudo do Banco Mundial apresentado ontem, no Peru, o pesquisador afirmou que o "ponto de não-retorno está perto".
"(O processo de extinção) pode iniciar bem logo, nos próximos dez anos. Mas não é a Amazônia inteira, o Leste e o Sul são as áreas mais afetadas", disse Lovejoy, diretor do The H. John Heinz III Center for Science, Economics and the Enrironment.
O estudo abrange toda a região da floresta amazônica, não apenas a brasileira. O relatório adverte para a transformação de áreas da floresta em grandes extensões de savana, com impacto nas nações latino-americanas e caribenhas.
Para o cientista, que chefiou o comitê assessor do levantamento, ainda é possível diminuir o estrago. "O estudo indica que o ponto de retorno está perto. Mas é possível ampliar a margem de segurança com reflorestamento. Tem que haver uma política de reflorestamentos".
As afirmações foram feitas aos jornalistas depois da palestra de Lovejoy no Fórum Internacional de Sustentabilidade, que está sendo realizado até amanhã em Manaus, com a presença de cerca de 300 líderes empresariais.
O cientista norte-americano falou sobre "A importância da Amazônia no contexto das mudanças climáticas globais". Lovejoy destacou a importância da presença "de tantos representantes do setor privado" no evento e defendeu "parcerias com o setor privado, incentivos e programas de educação e saúde" como a combinação certa para sustentabilidade.
via Terra
Governos e setor privado devem atuar juntos pela Amazônia, diz especialista
Os Governos e o setor privado devem trabalhar juntos para preservar a Amazônia e minimizar o impacto da mudança climática, advertiu hoje o cientista americano Thomas Lovejoy, um dos principais pesquisadores sobre a maior floresta tropical do mundo.
"A colaboração entre o Governo e o setor privado será determinante para a Amazônia", assegurou Lovejoy na abertura do Fórum Internacional para a Sustentabilidade, que começou hoje em Manaus.Lovejoy elogiou o projeto da reserva de Juma, administrada pelo Governo do Amazonas, que se dedica ao reflorestamento da região a partir de créditos pagos por empresas que emitem dióxido de carbono.
O cientista, que dirige o Centro Heinz para a Ciência, fundação que promove e divulga políticas ambientais, considerou que Manaus é "um exemplo" de como manter indústrias no meio da floresta sem prejudicar a natureza.
"A qualidade de vida das cidades próximas à floresta também é básica para a sustentabilidade", declarou Lovejoy. Segundo ele, todas as comunidades que fazem parte do entorno devem ser beneficiárias.
A aplicação de tecnologias tão simples como painéis solares e sistemas de saneamento ajudam a integrar a floresta e seus recursos naturais com as vantagens da tecnologia moderna, explicou.
No entanto, o pesquisador criticou a construção de estradas e de redes elétricas no território amazônico, especialmente as três estradas interoceânicas que atravessam a floresta e chegam até o Oceano Atlântico.
"A pergunta vai surgir mais cedo ou mais tarde: como pode o Brasil, com sua política ecológica, defender esse tipo de projeto?", perguntou.
Além do desmatamento, que já afeta 20% da superfície verde, a mudança climática também começou a afetar o Amazonas e sua diversidade biológica, tanto espécies animais como vegetais.
Em 2005, a floresta que já foi considerada "o pulmão do planeta" sofreu a maior seca de toda sua história, além de registrar um aumento periódico das temperaturas. "A mensagem é inequívoca", concluiu.
Como solução, Lovejoy propôs a criação de uma "margem de segurança" a partir do reflorestamento da floresta, lembrando que as grandes áreas verdes têm "um papel muito importante" para salvar o planeta.
O Fórum Internacional para a Sustentabilidade da Amazônia reunirá hoje e amanhã em Manaus líderes mundiais como o ex-presidente americano Al Gore, cineastas como James Cameron e empresários e representantes do Governo brasileiro.
via Terra
Thomas Lovejoy defende ‘esforço planetário’ pelo verde no mundo
Pesquisador é um dos maiores especialistas sobre a Amazônia. Em evento, ele questionou sustentabilidade de obras na região.Pioneiro em estudos sobre a Amazônia, o pesquisador Lovejoy está no Fórum Internacional de Sustentabilidade, em Manaus. (Foto: Dennis Barbosa / Globo Amazônia)
O pesquisador americano Thomas Lovejoy, conservacionista que realizou estudos pioneiros sobre a floresta amazônica, defendeu nesta sexta-feira (26), em Manaus, um “esforço planetário para voltar a enverdecer o planeta”. O colunista do Globo Amazônia fez apresentação no Fórum Internacional de Sustentabilidade, que reúne empresários para discutir o meio ambiente e, em especial, a importância da maior floresta tropical do mundo.
Ao mesmo tempo em que ressaltou o papel-chave da Amazônia para a estabilidade do clima global, Lovejoy levantou questionamentos em relação às intervenções humanas na floresta – como por exemplo, a necessidade de construção de estradas que podem servir de vetores de desmatamento na região. “A rodovia Transoceânica está levando ao surgimento de garimpo ilegal na Amazônia peruana”, exemplificou.
Ele explicou que, antes de se abrirem novas rodovias, é importante avaliar a possibilidade de uso de outros modais de transporte, como, no caso da Amazônia, da hidrovia. Lovejoy também mostrou que, para chegar ao mercado do Sudeste, a energia das usinas hidrelétricas em construção no Rio Madeira terá de percorrer as mais longas linhas de transmissão de alta voltagem já construídas.
Lovejoy alerta para o problema da fragmentação da floresta – o desmatamento parcial que deixa pedaços de mata em meio a pastos e plantações. Suas pesquisas mostraram que estes fragmentos não
conservam a biodiversidade da mesma forma que grandes extensões contínuas de floresta. Uma área de 1km², cita, perde, em 15 anos, metade das espécies de pássaros que vivem sob o dossel da floresta.
Ao mesmo tempo em que destacou como a ação do homem pode ser prejudicial, Lovejoy cita também iniciativas que considera positivas para a floresta, como a criação de reservas. Ao mostrar um mapa da atual quantidade de áreas protegidas existentes na região, comentou: “É extraordinário. É algo de que não se poderia sonhar quando coloquei os pés pela primeira vez na Amazônia, em 1965”. A porção de florestas em reservas aumentou consideravelmente desde então, quando praticamente não havia unidades de conservação.
Lovejoy defendeu que é possível reverter o processo de emissão de gases causadores do efeito estufa e que a Amazônia pode ser parte disto. Ele citou como exemplo projetos pioneiros de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), como Mamirauá e Juma, ambos no Amazonas. O último é apoiado por uma rede internacional de hotéis que destina US$ 1 por quarto alugado para a conservação da floresta.
via O Globo
conservam a biodiversidade da mesma forma que grandes extensões contínuas de floresta. Uma área de 1km², cita, perde, em 15 anos, metade das espécies de pássaros que vivem sob o dossel da floresta.
Iniciativas positivas
Ao mesmo tempo em que destacou como a ação do homem pode ser prejudicial, Lovejoy cita também iniciativas que considera positivas para a floresta, como a criação de reservas. Ao mostrar um mapa da atual quantidade de áreas protegidas existentes na região, comentou: “É extraordinário. É algo de que não se poderia sonhar quando coloquei os pés pela primeira vez na Amazônia, em 1965”. A porção de florestas em reservas aumentou consideravelmente desde então, quando praticamente não havia unidades de conservação.
Lovejoy defendeu que é possível reverter o processo de emissão de gases causadores do efeito estufa e que a Amazônia pode ser parte disto. Ele citou como exemplo projetos pioneiros de Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), como Mamirauá e Juma, ambos no Amazonas. O último é apoiado por uma rede internacional de hotéis que destina US$ 1 por quarto alugado para a conservação da floresta.
via O Globo
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