Amazônia será vitrine ambiental na Copa 2014, diz Al Gore
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da paz Al Gore afirmou, nesta sexta-feira, que a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, poderá ser uma oportunidade para o País ser uma vitrine para as questões ambientais.
"O Brasil será uma vitrine quando a Copa do Mundo vier aqui para Manaus. Será um bom momento para já ter o aquário terminado", disse, referindo-se ao projeto de criação de um aquário de água doce na capital manauara. "Espero que algumas dessas empresas representadas aqui possam por a mão no bolso e ajudar".
A palestra de Al Gore, com o tema "A importância da conservação da Amazônia para deter o aquecimento global e as mudanças climáticas" foi o principal destaque da programação de hoje do Fórum Internacional de Sustentabilidade, que será realizado até amanhã em Manaus, com a presença de cerca de 300 líderes empresariais.
Voz poderosa
Em sua fala, Al Gore ressaltou a "voz poderosa" do Brasil nas discussões sobre o meio ambiente, em escala global. "O Brasil tem, de longe, a maior floresta do mundo, e uma voz bastante ouvida".
E afirmou que talvez seja preciso que os debates voltem ao país para que se tenha um acordo definitivo entre as nações. "Pode acontecer de o Brasil sediar de novo a reunião crítica para a decisão final, que se esperava que acontecesse em Copenhague", disse, sobre o encontro realizado na Dinamarca no ano passado, que terminou sem acordo entre países ricos e em desenvolvimento.
Al Gore destacou ainda a importância de se proteger o meio ambiente e também a renda das pessoas que vivem na Amazônia. "Elas podem acabar sofrendo se não fizermos o que é certo para o meio ambiente", afirmou, para completar: "A Amazônia é um grande tesouro. Protegida, ela protegerá o futuro do Brasil".
Longo prazo
O ex-vice-presidente dos EUA ressaltou também a importância em se pensar em soluções de longo prazo para o meio ambiente.
"Nos negócios, na política, no governo, na mídia, na cultura, houve uma tendência destrutiva de termos um pensamento de curto prazo. Mas, quando falamos da sobrevivência do nosso futuro, é difícil falarmos em curto prazo. Alguns investimentos levarão tempo para amadurecer".
O palestrante disse que os empresários "já ouviram muitas vezes" este discurso, mas defendeu sua importância. "Estou feliz e impressionado de ver que vocês estão tendo essa reunião para se desdobrar sobre como podemos vencer esses desafios".
Al Gore aplica discurso ambiental em defesa da Amazônia
Ativista ambiental, ex-vice-presidente americano Al Gore discursa nos principais eventos sobre o tema no mundo, como a Cop15, em dezembro
Foto: AFP
Desde que ganhou o Nobel da Paz e teve seu documentário Uma Verdade Inconveniente premiado com o Oscar em 2007, o "ex-futuro presidente dos EUA", como costuma de se chamar, brincando, Al Gore se tornou um dos mais conhecidos defensores de medidas urgentes para brecar as consequências catastróficas das mudanças climáticas do planeta. As pregações de Albert Arnold Gore Jr se baseiam em duas idéias: as soluções devem partir de uma escolha coletiva mundial, mas isso só pode sair do papel se houver vontade política.
Das duas premissas surgem também o otimismo de Gore diante das soluções já disponíveis do mundo e o alerta de que os maiores países poluidores têm de fazer sua parte, evoluindo com suas respectivas políticas ambientais o que significa leis que garantam a sustentabilidade do uso dos recursos.
Vice-presidente da gestão de Bil Clinton, o norte-americano Al Gore, que completa 62 anos dia 31 de março, é um dos palestrantes do Fórum Internacional de Sustentabilidade que ocorre em Manaus (AM) nesta sexta-feira e no sábado. Além de Gore, estão confirmadas as presenças de mais dois nomes ligados à causa internacional ambiental: o cientista Tom Lovejoy e o cineasta James Camerom, diretor das duas maiores bilheterias da história do cinema, Avatar e Titanic.
Gore deve ter uma platéia bem definida e selecionada, justamente o público para quem ele destina a maior parte de seu discurso. Ele apresentará a palestra "A importância da conservação da Amazônia para deter o aquecimento global e as mudanças climáticas" na tarde de sexta-feira. Seu discurso se baseia na união de evolução tecnológica que gere novas matrizes de produção e distribuição de energia.
Tanto que sempre cita as iniciativas de implementação de redes inteligentes que usem, por exemplo, a energia produzida por biomassa (como o biocombustível da cana-de-açúcar), a energia eólica e a solar. Com tecnologia disponível precisa-se da adesão dos empresários para que mudem paradigmas históricos de produção, aceitem gastar mais, investir em tecnologia em seus parques industriais para que se obtenham produtos tanto quanto aceitáveis no mercado porém com o preço ambiental menor.
No meio dessa combinação tecnologia-mercado, ficam os governos com a responsabiliade de implementarem suas políticas ambientais de maneira a organizar e sistematizar planos de compensação aos que não deixam de poluir, mas os que conseguem manter seus recursos o mais intactos possíveis. Nessa lógica é que Gore sai pelo mundo defendendo também a criação do imposto sobre carbono, aquela compensação internacional dos países que conseguem manter o menor possível a degradação de seu meio ambiente. Teoria que cabe muito bem na tese do imposto sobre q quantidade de carnono que a Amazônia consegue absorver pela sua floresta mantida de pé.
Na platéia do fórum, estarão cientistas, empresários e políticos, os três atores principais indicados por Gore para que esta novela tenha um final feliz. Em termos de lucidez de mensagem, o documentário de que participou chama atenção pela sua objetividade e didática. Uma linguagem simplificada pela tecnologia dos gráficos, edição e roteiro. Facilmente entendida por qualquer platéia estudantil. Mas parece que Gore não pensava em falar fácil para atingir estudantes ou o povo em geral.
Era mesmo para que os verdadeiros atores da escolha coletiva, necessária para brecar o ocaso ambiental do planeta, não tenham a chance de dizer que não entenderam os alertas dados por ele nos últimos três anos em pelo menos 30 grandes encontros chamados "cúpulas de soluções" pelo mundo. Manaus deve ser mais uma das pregações do profeta que não quer ver suas visões negativas de futuro concretizadas. Por isso divulga otimismo como ingrediente psicológico principal para mobilizar a minoria poderosa que realmente pode fazer alguma coisa pelo planeta.
Al Gore critica Estados Unidos nas questões ambientais
Plateia do Fórum de Sustentabilidade conta com líderes empresariais e representantes da sociedade. Foto: Gustavo Scatena/Especial para TerraO ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, disse na tarde desta sexta-feira, em Manaus, que a lei que limita a emissão de gases do efeito estufa pode ser aprovada ainda este ano pelo Senado norte-americano. A lei, que já foi aprovada na Câmara dos Deputados, está emperrada desde junho de 2009.
Apesar de ter a maioria do congresso, o partido do presidente Barak Obama enfrenta dificuldades regionais vindas do setor econômico. "Nos EUA, vence as eleições quem angaria mais fundos para ter maior espaço na televisão. E são as empresas que bancam as campanhas as que mais sofrerão impacto com essas mudanças", disse Al Gore durante a palestra que fez no Tropical Hotel de Manaus, durante o Fórum Internacional de Sustentabilidade.
Apesar da dificuldade, Gore se disse otimista. "Antes de vir pra cá, eu estava conversando com o líder da Câmara, um dos líderes do nosso congresso. E amanhã, eu estarei com o líder do Senado. E todos eles, incluindo o presidente Obama, expressaram a determinação de aprovar a lei".
A uma platéia estimada em 560 espectadores, entre eles 300 empresários, o ex-vice-presidente respondeu a perguntas diretas sobre a falta de uma postura mais contundente por parte do governo Obama.
"O que falta para o governo Obama assumir a liderança da questão ambiental mundial?", perguntou um internauta através do Terra. De maneira simpática e sem rodeios, Al Gore disse que "essa pergunta não é apenas boa e dura, mas necessária. Por aí eu percebo que era o elemento que deveria ter coberto melhor na minha palestra. É óbvio. Por que os EUA não agiram!".
Sobre a criação de um fundo mundial internacional, que poderia bancar as ações voltadas para a preservação da Amazônia, o norte-americano, Prêmio Nobel da Paz de 2007, foi convergente e auto-crítico. "No acordo político alcançado em Copenhague, isso não é mais controvertido. É um elemento chave do acordo ao qual o mundo está se dirigindo. E nos EUA, existem muitos lobistas que tentam influenciar positivamente essa questão, assim como existem grupos que fazem o mesmo em outras nações. Esse fundo seria uma solução central para este problema".
Empresários questionam como ter lucro sem destruir floresta
Empresários participantes do Fórum Internacional de Sustentabilidade começaram o primeiro dia de debates mostrando ao que vieram: atrás de respostas objetivas e reais. Buscar lucro mantendo a floresta em pé é a grande questão que se sido feita aos palestrantes principais e integrantes de mesa.
O presidente da empresa de plásticos Tetra Pak, Paulo Nigro, foi enfático em perguntar se há modelos na Amazônia que podem servir de exemplo como investimentos ambientais. O escritor e jornalista americano Mark London citou o projeto Juma, mantido pela Fundação Amazonas Sustentável, ligada ao governo do Estado do Amazonas. A resposta foi reforçada pelo governador do Estado, Eduardo Braga, como sendo uma experiência única de compensação econômica para comunitários que mantém a floresta intacta.
Outra questão coletiva pelos espectadores, entre eles o representante da Yamaha, foi se a produtividade da floresta tem poder para manter, ao mesmo tempo, investimentos e garantir a qualidade de vida das pessoas que vivem nela.
Em resposta, Braga citou o crescimento da valorização de alguns produtos regionais, fruto, segundo ele, da política de desenvolvimento econômico. A borracha, por exemplo, passou de 80 toneladas produzidas por ano para o patamar de 1 mil toneladas/ano. O processo resultou na vinda de uma empresa de pneus que vai comprar a borracha retirada das plantações naturais que já existem, em grande maioria, ao longo do rio Madeira.
Em termos de adesão mundial, London afirmou que é possível a ajuda dos outros países para investimentos na Amazônia em forma de um fundo mundial. "Eu sempre disse que os EUA, por exemplo, estariam dispostos a pagar para implementar a tecnologia em outros países que garantam a preservação da floresta. Mas precisamos de uma iniciativa global para que todos ajudem. E eu acredito nisso", afirmou.
O diretor do sucesso Avatar, James Cameron, chegou nesta sexta-feira a Manaus, para participar do Fórum Internacional de Sustentabilidade. Após acompanhar a palestra de outra estrela do evento, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e prêmio Nobel da Paz, Al Gore, o cineasta foi questionado sobre a possibilidade de produzir a sequência do filme na Amazônia brasileira.
"Fizemos todo o filme em computador, em uma sala vazia. Não queremos levar toda uma equipe para dentro da floresta", disse Cameron. "Vamos fazer outro Avatar, mas será como o primeiro, que foi produzido em estúdios na Nova Zelândia e em Los Angeles. A floresta que vocês veem no filme é toda gerada em computador, porque não queremos danificar uma floresta virgem pra fazer um filme".
O questionamento surgiu a partir do anúncio feito pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), que afirmou que tentaria convencer o convidado a filmar na parte brasileira da floresta. "O Cameron já manifestou na mídia internacional a intenção de filmar na Amazônia da Venezuela. Não custa nada tentar fazer com que ele se sensibilize para fazer parte do filme, ou quem sabe tudo, na nossa Amazônia", disse o governador à reportagem do Terra, antes do evento.
O governador reafirmou seus planos na abertura do Fórum, nesta sexta. E a campanha gerou até uma pergunta para Al Gore, sobre um eventual apoio à 'candidatura' brasileira para sede do filme com o maior sucesso de bilheteria da história.
A resposta do prêmio Nobel foi diplomática: "Onde quer que ele resolva filmar, eu serei a favor", disse, ressaltando que a contribuição do filme para a conscientização ambiental é "uma conquista espetacular".
O filme já ultrapassou a marca dos US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 4,5 bilhões) de bilheteria, quebrando recordes. É a história da população de Pandora para proteger o meio em que vivem da exploração de um raro minério existente em seu habitat.
Palestra
A palestra de Cameron amanhã no Fórum de Sustentabilidade terá como tema: "Como e porque sensibilizar a sociedade para a importância e urgência da conservação da Amazônia: a experiência pessoal de um cineasta".
O diretor de cinema antecipou um pouco do que a plateia deverá acompanhar amanhã. "Estou aqui para fazer algumas observações sobre o que eu acredito que são os principais desafios para todos nós, em nível global. Esta é minha primeira vez no Brasil, então só posso falar de maneira limitada, mas vou tentar direcionar meus comentários para a experiência brasileira".
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu nesta sexta-feira uma reforma tributária com diferenciais para produtos considerados "verdes", ou seja, produtos sustentáveis. Ele participou no fim da tarde de hoje de um debate no Fórum Internacional de Sustentabilidade, que está sendo realizado em Manaus. O presidente da empresa de plásticos Tetra Pak, Paulo Nigro, foi enfático em perguntar se há modelos na Amazônia que podem servir de exemplo como investimentos ambientais. O escritor e jornalista americano Mark London citou o projeto Juma, mantido pela Fundação Amazonas Sustentável, ligada ao governo do Estado do Amazonas. A resposta foi reforçada pelo governador do Estado, Eduardo Braga, como sendo uma experiência única de compensação econômica para comunitários que mantém a floresta intacta.
Outra questão coletiva pelos espectadores, entre eles o representante da Yamaha, foi se a produtividade da floresta tem poder para manter, ao mesmo tempo, investimentos e garantir a qualidade de vida das pessoas que vivem nela.
Em resposta, Braga citou o crescimento da valorização de alguns produtos regionais, fruto, segundo ele, da política de desenvolvimento econômico. A borracha, por exemplo, passou de 80 toneladas produzidas por ano para o patamar de 1 mil toneladas/ano. O processo resultou na vinda de uma empresa de pneus que vai comprar a borracha retirada das plantações naturais que já existem, em grande maioria, ao longo do rio Madeira.
Em termos de adesão mundial, London afirmou que é possível a ajuda dos outros países para investimentos na Amazônia em forma de um fundo mundial. "Eu sempre disse que os EUA, por exemplo, estariam dispostos a pagar para implementar a tecnologia em outros países que garantam a preservação da floresta. Mas precisamos de uma iniciativa global para que todos ajudem. E eu acredito nisso", afirmou.
"Não quero danificar a floresta por um filme", diz Cameron
O diretor do sucesso Avatar, James Cameron, chegou nesta sexta-feira a Manaus, para participar do Fórum Internacional de Sustentabilidade. Após acompanhar a palestra de outra estrela do evento, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e prêmio Nobel da Paz, Al Gore, o cineasta foi questionado sobre a possibilidade de produzir a sequência do filme na Amazônia brasileira.
"Fizemos todo o filme em computador, em uma sala vazia. Não queremos levar toda uma equipe para dentro da floresta", disse Cameron. "Vamos fazer outro Avatar, mas será como o primeiro, que foi produzido em estúdios na Nova Zelândia e em Los Angeles. A floresta que vocês veem no filme é toda gerada em computador, porque não queremos danificar uma floresta virgem pra fazer um filme".
O questionamento surgiu a partir do anúncio feito pelo governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), que afirmou que tentaria convencer o convidado a filmar na parte brasileira da floresta. "O Cameron já manifestou na mídia internacional a intenção de filmar na Amazônia da Venezuela. Não custa nada tentar fazer com que ele se sensibilize para fazer parte do filme, ou quem sabe tudo, na nossa Amazônia", disse o governador à reportagem do Terra, antes do evento.
O governador reafirmou seus planos na abertura do Fórum, nesta sexta. E a campanha gerou até uma pergunta para Al Gore, sobre um eventual apoio à 'candidatura' brasileira para sede do filme com o maior sucesso de bilheteria da história.
A resposta do prêmio Nobel foi diplomática: "Onde quer que ele resolva filmar, eu serei a favor", disse, ressaltando que a contribuição do filme para a conscientização ambiental é "uma conquista espetacular".
O filme já ultrapassou a marca dos US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 4,5 bilhões) de bilheteria, quebrando recordes. É a história da população de Pandora para proteger o meio em que vivem da exploração de um raro minério existente em seu habitat.
Palestra
A palestra de Cameron amanhã no Fórum de Sustentabilidade terá como tema: "Como e porque sensibilizar a sociedade para a importância e urgência da conservação da Amazônia: a experiência pessoal de um cineasta".
O diretor de cinema antecipou um pouco do que a plateia deverá acompanhar amanhã. "Estou aqui para fazer algumas observações sobre o que eu acredito que são os principais desafios para todos nós, em nível global. Esta é minha primeira vez no Brasil, então só posso falar de maneira limitada, mas vou tentar direcionar meus comentários para a experiência brasileira".
Senador Mercadante defende reforma tributária "verde"
"O instrumento das políticas públicas para avançarmos na sustentabilidade é o crédito e a política tributária. Eu acho que teremos de passar por uma reforma tributária que tenha uma dimensão verde, desonerando os produtos que são sustentáveis e encarecendo os mais poluentes. Essa é uma questão contemporânea do debate", afirmou.
O senador destacou ainda a importância de orientar o consumo da população para produtos verdes, como automóveis movidos a etanol e eletrodomésticos com baixo consumo de energia.
O tema "A responsabilidade das empresas na criação de uma economia sustentável na Amazônia" encerrou o primeiro dia de debates do Fórum de Sustentabilidade, do qual participam cerca de 300 líderes empresariais.
A superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Flavia Grosso, fez propaganda dos produtos da região à plateia do evento. "Escolham os produtos do pólo industrial do Amazonas. Quando for comprar um celular, compre um que tenha sido produzido em Manaus, porque assim você está ajudando a preservar a Amazônia. Quando for comprar uma moto, uma televisão, também compre a que foi produzida em Manaus".
Tecnologia e inclusão social
Durante o debate, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), também destacou a importância da tecnologia para a inclusão social da população que vive na região. O anfitrião do evento disse que os investimentos feitos em tecnologia têm ajudado a melhorar a educação dos jovens, grandes responsáveis pela preservação ambiental.
"Dois dos principais vetores da degradação ambiental e do desmatamento são a defasagem na educação ambiental e pobreza. Graças ao investimento tecnológico importante no interior da Amazônia, hoje os jovens já sonham em ser engenheiros, médicos, advogados. Sonham com uma nova profissão, que não depende apenas da derrubada da árvore para sustentar a família".
Ao levar computadores para as escolas, o governador acredita que as chances de inclusão social aumentam, porque a educação passa a ter mais qualidade. "Sem tecnologia, o amazônida não terá inclusão social, não poderá sonhar com a qualidade de vida do brasileiro de primeira classe. Melhorar a educação permite uma releitura da relação homem-natureza".
Conhecer a Amazônia é fundamental, destaca governador
Eduardo Braga, governador do Amazonas, dá as boas vindas aos participantes do Fórum de SustentabilidadeFoto: Gustavo Scatena/Especial para Terra
O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), abriu o Fórum Internacional de Sustentabilidade nesta sexta-feira, em Manaus, destacando a importância de se conhecer a região para fazer julgamentos corretos. "Conhecer é fundamental. Muitas vezes as pessoas querem falar sobre nós, mas, ao não conhecer, compreendem mal a Amazônia e nos acusam daquilo que não somos", disse.
O governador é o anfitrião do evento que até amanhã reunirá cerca de 300 representantes empresariais para discutir a sustentabilidade econômica, ambiental e social para a Amazônia. "Sem dúvida nenhuma, esse encontro vem num momento muito especial, porque o Brasil acaba de marcar uma grande posição em Copenhague, saindo da posição de passividade, daquele que tinha que dar explicações, pra passar a ser um país que tem um projeto para a floresta", destacou Braga.
Avatar
O governador também destacou a presença do diretor de cinema James Cameron que, amanhã, fará uma palestra com o tema "Como e por que sensibilizar a sociedade para a importância e urgência da conservação da Amazônia: a experiência pessoal de um cineasta".
Com o cineasta, o governador pretende tratar de um tema de grande interesse para a região: a possibilidade de a sequência do filme Avatar ser realizada na Amazônia brasileira. Lembrando que Cameron já afirmou interesse em filmar a segunda etapa do filme na Amazônia venezuelana, o governador falou sobre sua proposta de fazer o convidado mudar os planos."A presença de James Cameron aqui é uma ousadia. Trazê-lo aqui é abrir a porta desse cenário, mostrar nosso povo, nossa floresta e dizer: 'por que não aqui'", disse o governador.
Sustentabilidade
Na abertura do Fórum, a jornalista Ana Paula Padrão informou a plateia que o evento terá suas emissões de carbono neutralizadas. Ela destacou ainda que, na atualidade, o objetivo de um encontro como o que está sendo realizado não é mais ter empresas sustentáveis, mas saber "como tornar empresas sustentáveis e lucrativas".
O destaque da programação desta sexta é a palestra do ex-vice-presidente dos Estados Unidos e prêmio Nobel da paz Al Gore. O tema será "A importância da conservação da Amazônia para deter o aquecimento global e as mudanças climáticas".
Além de teorias, governador do Amazonas mostra resultado
O Fórum Internacional de Sustentabilidade, que acontece nos dias 26 e 27 de março, em Manaus, vai reunir autoridades reconhecidas no mundo todo, como o ex-vice-presidente dos Estados e Unidos e prêmio Nobel da Paz, Al Gore, o cientista ambiental Tohmas Lovejoy, e o premiadíssimo cineasta, James Cameron. Entre eles, representando o Brasil, o governador do Amazonas, Eduardo Braga.Enquanto Al Gore e o cientista Tohmas Lovejoy vem com teorias, dados de instituições de pesquisa e recados para os governantes e empresários, e James Cameron mostra a força que um produto de mídia de massa (o filme Avatar) tem para divulgar idéias ambientalistas, o governador Eduardo Braga mostra as idéias na prática e expõe o que podemos chamar de experiências de sucesso.
Eduardo Braga, paraense de nascença, mas político no Amazonas há 24 anos, possui três mandatos de governador do estado, um de vereador e um de deputado estadual, e alia conceitos e teorias científicas com resultados práticos de governo e testemunho de vivência na Amazônia.
Hoje, ele é chamado para todos os eventos que envolvem a maior floresta do Mundo e leva na bagagem trunfos políticos consideráveis que permeiam o seu discurso. O índice de preservação florestal, que gira em torno de 98%; os mecanismos legais que foram criados para solidificar a política ambiental, como a lei de mudanças climáticas; e, a criação do programa Bolsa Floresta, são alguns desses trunfos. "O Bolsa Floresta é o único instrumento hoje disponível, seja no Brasil ou no Mundo, para fazer com que o recurso destinado à floresta chegue até aquele que vive na floresta", diz Eduardo Braga.
E os argumentos de Eduardo Braga parecem estar dando certo, pois suas iniciativas vêm obtendo apoio nacional e internacional. Três desses projetos são: o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de US$ 140 milhões, para urbanizar e sanear os principais igarapés que cortam a capital amazonense; a construção do gasoduto ligando Coari-Manaus, obra da Petrobras que deve mudar a matriz energética da maior cidade do Norte; e a eleição de Manaus como cidade sede para a Copa do Mundo de 2014.
Com tanto prestígio no mercado internacional, Eduardo Braga intensifica o discurso que de que os países que mantém suas florestas preservadas devem receber uma recompensa dos países mais ricos e, não por coincidência, os maiores poluidores. E o ingrediente humano dá um toque equilibrado ao discurso do governador amazonense, que nem pende para o lado essencialmente conservacionista dos ecos-chatos, nem adere aos desenvolvimentistas que acham que o desflorestamento é um dos preços do progresso.
"Não peça pra uma mãe salvar uma árvore se o filho dela está passando fome. Portanto a questão do desmatamento não é porque é mais inteligente ou mais burro. Você desmata porque precisa sobreviver e tem alguém pra comprar o desmatamento ilegal. Se nós dermos valor à floresta em pé. E dermos mecanismos que possam representar avanços econômicos e sociais, com respeito ambiental, à floresta vai sobreviver", argumenta Braga.
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