No Brasil, os índios da região do rio Xingu enviaram um comunicado ao presidente Lula da Silva ameaçando com o que chamam de um rio de sangue caso as autoridades brasileiras insistam no avanço da construção de uma grande barragem na Amazónia. Os índios responsabilizam o presidente brasileiro por tudo o que acontecer aos trabalhadores que participem na construção da barragem de Belo Monte. O correspondente da Antena 1 no Brasil, jornalista João Pacheco Miranda, explica os receios dos índios.
via RTP
Os povos indígenas das margens do rio Xingu ameaçaram nesta segunda-feira o Governo brasileiro com um "rio de sangue" se não for interrompido o projeto de construção de uma grande central hidroelétrica na Amazônia.
Em uma carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outras autoridades, os índios responsabilizam o Governo pelo que poderá "ocorrer aos executores da obra, aos trabalhadores e aos povos indígenas no caso de ter continuidade o projeto da represa de Belo Monte de forma arbitrária".
"O rio Xingu pode se transformar em um rio de sangue, que o Brasil e o mundo estejam cientes com o que possa ocorrer no futuro se os governantes não respeitarem nossos direitos", afirmaram os índios na carta, divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organização ligada à Igreja Católica.
Os índios insistem que não vão voltar a dialogar com nenhum representante do Governo, pelo fato de já terem falado "tempo demais" nos últimos 20 anos.
Esta carta representa uma escalada de ameaças, depois que os índios advertiram no início de novembro que a vida dos operários da represa e dos índios estaria "em risco".
Belo Monte será licitada em 21 de dezembro e, pelo projeto, se transformará na segunda maior central hidroelétrica do país depois de Itaipu, que o Brasil divide com o Paraguai.
Com uma capacidade instalada de 11.233 megawatts, será construída em Altamira, no Pará, em plena floresta amazônica e perto da foz do rio Xingu, no Amazonas.
O projeto de Belo Monte começou há mais de duas décadas, mas foi paralisado pela pressão de ecologistas e índios, que continuam insatisfeitos apesar de que o atual projeto é mais benigno com o entorno, conforme afirma o Governo.
O plano de construção contempla inundar uma área de selva de 440 quilômetros quadrados, o que afetará direta e indiretamente 66 municípios e 12 propriedades indígenas e obrigará a retirada de milhões de ribeirinhos de suas casas.
via Agencia EFE
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São Paulo, Brasil, 07 Dez (Lusa) - Os povos indígenas da região do rio Xingu ameaçaram hoje o Governo brasileiro com um "rio de sangue", caso seja levado adiante a construção de uma grande barragem na Amazónia.Num comunicado dirigido ao presidente Lula da Silva, os índios responsabilizam o Governo por tudo que acontecerá com os trabalhadores da obra, caso não seja interrompido o projecto de construção da barragem de Belo Monte.
"O rio Xingú pode se converter em um rio de sangue", salientaram os índios numa carta divulgada pelo Conselho Indigenista Misisonário (Cimi), entidade ligada à Igreja Católica.
via Lusa
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