Ermano Stradelli (1852-1926) foi um desses aristocratas europeus que, inspirados por Humboldt, se deixaram fascinar pela natureza tropical. Eles viajaram pela Amazônia como se buscassem saciar toda a sede de conhecimento e aventura. Filho de conde italiano, Stradelli partiu aos 27 anos para fotografar os índios. O equipamento se perdeu num naufrágio, mas ele encontrou seu futuro: o idioma nheengatu foi a abertura para muitos anos de expedição a rios e povoados, entre malárias e maravilhas. Este livro é sua preciosa contribuição como antropólogo – um apurado coletor de lendas, artefatos, costumes e a geografia do rio Negro, do Uaupés e do alto Orenoco, com um Eldorado de detalhes descritivos. Os relatos e diários nos fazem conhecer mais a Amazônia, lembrando que ela ainda é bem maior do que nosso conhecimento.
Esse texto é uma apresentação que fiz na quarta capa do livro 'Lendas e Notas de Viagem', de Ermanno Stradelli, que acaba de ser publicado pela Martins Fontes. Pouco a pouco vamos tirando o atraso editorial em relação aos livros de viagem sobre Amazônia.
via Daniel Piza
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