Jogos indígenas reúnem 1.300 índios em Paragominas




A cerimônia de Acendimento do Fogo Ancestral Indígena, no Parque Ambiental deu a partida. Desde a última sexta, 35 etnias de todo o país começaram a mostrar o que de melhor produzem em termos de esporte, com a décima edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que este ano tem o município de Paragominas como sede. Até 7 de novembro 1.300 indígenas dão um tom esportivo ao município, em competições inusitadas em alguns aspectos, mas que integram o cotidiano das aldeias.

Os preparativos começaram há duas semanas. A montagem da chamada Vila Olímpica ficou a cargo dos índios tembé e kaapor, etnias da região, que trabalharam na construção das 28 ocas, que compõem a Vila Olímpica e que estão abrigando, além dos índios brasileiros, aborígenes canadenses e australianos.

Sérgio Tembé, da reserva indígena do alto Rio Guamá, em Paragominas, aposta que o que mais vem chamando a atenção do público serão os rituais indígenas, as famosas “pajelanças”. “Cada etnia tem seus ritos próprios. Até a data da realização dos jogos foi especial, pois segue o nosso calendário lunar”.

Essa é a primeira vez que os jogos indígenas estão sendo realizados em outro município que não seja Marabá e Marapanim. A “Aldeia Olímpica” tem mais de três hectares de área, entre a vila e a arena. Ao redor da arena, onde são disputadas grande parte das competições, foram montadas arquibancadas com a capacidade para acomodar mais de 7 mil espectadores.

Na sexta, a abertura, atraiu um grande número de moradores de Paragominas. As duas arquibancadas laterais lotaram. Cerca de duas mil pessoas ficaram de fora, sem conseguir acesso. O pajé tupi-guarani Carlos Fernandes Guarani fez um ritual para abençoar as competições. “A ideia é de uma olimpíada verde”, resumiu Marcos Terena.

Segundo a organização do evento, mais de 50 mil pessoas estão sendo esperadas para todos os dias de jogos. A pira olímpica acesa na sexta, 30, simbolizou essa integração entre indígenas e não indígenas.

No sábado houve uma partida amistosa de futebol envolvendo a seleção Paragominas e a Seleção Indígena no campo do Parque de Exposições. Ontem, tiveram início as competições efetivas de futebol feminino, mas a grande atração do dia foi a primeira eliminatória de arco e flecha e os jogos de demonstrações envolvendo a corrida de tora feminino e as lutas corporais, o “Aipenkuit”, além das apresentações culturais de danças indígenas e regionais, no Parque Ambiental.

Hoje iniciam as competições de arremesso de lança (1ª etapa) e a primeira eliminatória do cabo de força, além da demonstração de zarabatana.

Além das competições, os jogos indígenas também serão reservados para fóruns sobre esporte e tecnologia da informação e entretenimentos interculturais, como feira de artesanatos, culinárias e pinturas corporais. A cerimônia de encerramento acontecerá às 18h do próximo sábado, dia 7.

via Diário do Pará