Documentário: "Hakani - uma voz pela vida"




Sinopse:
Ela foi enterrada viva porque seu povo achava que ela não tinha alma. Foi desenterrada por seu irmão no último momento. Depois disso, foi obrigada a viver banida de sua tribo por três longos anos até que a enfermidade e a rejeição a levaram mais uma vez para à beira da morte…
Esta é a história de Hakani, uma das centenas de crianças destinadas a morrer a cada ano entre os mais de 200 povos indígenas brasileiros. Deficiência física ou mental, ser gêmeo ou trigêmeo, nascer de uma relação extra-conjugal - todas essas são consideradas razões válidas para se tirar a vida e de uma criança.
Um número crescente de indígenas estão se levantando para combater essa prática. Mas quando eles procuram ajuda de algumas autoridades brasileiras, eles ouvem que as leis nacionais e internacionais não se aplicam às suas crianças, e que preservar a cultura é mais importante que preservar vidas individuais. Essas atitudes vão claramente contra a Constituição Brasileira e contra a legislação internacional, que declaram que os direitos da criança jamais podem ser sacrificados pelo bem do grupo.
Apresentando sobreviventes do infanticídio, assim como aqueles que os resgataram, Hakani é um documentário dramático que conta a história verdadeira da jornada de uma menina em busca da liberdade e a luta de um povo para encontrar uma voz – uma voz pela vida.” 




Sobre o Making Of

O filme-documentário HAKANI foi feito em cooperação com dez povos indígenas diferentes. Esta demonstração de união sem precedentes revela a determinação de muitos indígenas que estão lutando para serem ouvidos.

A maioria das crianças que atuam no filme são vítimas que foram resgatadas. Algumas das quais foram literalmente desenterradas por parentes ou vizinhos.

Os adultos que atuam no filme ou são sobreviventes de infanticídio, ou indígenas que salvaram alguma criança que estava destinada à morte.

Nenhuma criança se feriu durante as filmagens. As cenas de enterro, apesar de parecerem reais, foram feitas com truques cinematográficos de Hollywood. O diretor do filme, David L. Cunningham, utilizou bolo de chocolate esfarelado para parecer terra. Uma brincadeira foi feita então, onde as crianças foram convidadas a comer a “terra” de chocolate e então, com truques de fotografia e edição, as cenas de enterro foram produzidas. A criança que interpreta a pequena Hakani bebeu leite com chocolate que imitava uma poça de lama, e comeu balas de goma em formato de minhoca!

A segunda parte do documentário traz depoimentos de indígenas sobres suas terríveis experiências pessoais com infanticídio onde eles pedem que seu povo pare com essa prática.

Ficamos felizes ao receber a notícia através da terapeuta da pequena Hakani sobre o impacto positivo que a realização deste filme teve na vida da menina. Hakani memorizou cada frase do filme e pela primeira vez desde que foi resgatada, passou a falar e a cantar na sua própria língua nativa, a língua Suruwahá!

O povo Suruwahá

O povo Suruwahá vive no Brasil, na parte oeste da Região Amazônica. Durante os últimos 100 anos este pequeno grupo de cerca de 120 pessoas teve contatos esporádicos com o mundo exterior. Enquanto alguns desses encontros foram positivos, em sua maioria foram devastadores.

Há várias gerações passadas, intrusos massacraram a maioria dos pajés Suruwahas. O único pajé sobrevivente deixou um terrível legado para este povo. Ele ensinou-lhes que um povo sem direção espiritual não tem esperança a não ser pelo suicídio. Assim que vaticionou o futuro do povo em um suicídio em massa comeu uma raiz venenosa e sofrendo uma morte rápida e dolorosa. Desde então, o suicídio se tornou o método Suruwaha mais comum para se lidar com a dor e a raiva. Hoje, é a maior causa das morte entre este povo.

Apesar deste passado de dor, para os Suruwaha, beleza e força são dois dos aspectos mais importantes da vida. Estes valores são demonstrados claramente durante a cerimônia da puberdade onde cada jovem rapaz aprende que receberá honra e respeito se conseguir suportar a dor e liderar seu povo. Tais costumes geram a esperança de que um dia os Suruwaha irão recuperar o otimismo e o respeito próprio e decidir lutar contra o caminho de morte que se tornou para eles a única resposta ao sofrimento

# Site oficial



PROJETO HAKANI
O QUE É REAL E O QUE NÃO É REAL

Os esforços na prevenção do infanticídio realizados pelo Projeto Hakani permanecem sob ataque de ativistas da Survival International. Como resultado prático dos esforços desse projeto, um número sem precedentes de grupos indígenas têm se mobilizado para discutir alternativas ao infanticídio, mas o Survival International continua defendendo que o projeto seria parte de uma armação fundamentalista para subverter as culturas tradicionais. Os produtores do filme e representantes do Projeto Hakani respondem.

Survival International: "O infanticídio na Amazônia é raro. Quando acontece ... "

Infanticídio é comum entre muitas comunidades indígenas no Brasil. Este fato tem sido substanciado por inúmeros antropólogos, agentes de saúde e muitos líderes indígenas. As estimativas conservadoras de que algumas centenas de crianças indígenas são mortas desnecessariamente a cada ano, pode ser no que Stephen Corry, diretor da Survival International, baseia-se quando diz que o infanticídio é "raro". Mas proporcionalmente ao total da população indígena, esses os números são muito significativos. O povo suruwaha, por exemplo, é um grupo de 130 indígenas, mais de metade deles com a idade abaixo de 18 anos. Ter-se apenas uma criança sacrificada já é um problema de enorme impacto para este grupo. Existem pesquisas que indicam que só entre as comunidades indígenas de Roraima, mais de 200 crianças foram vítimas desta prática nos anos recentes.

Survival International: De acordo com Corry, os esforços, como o do Projeto Hakani, são um caso de "fundamentalistas" intrometendo-se e impondo suas crenças sobre culturas nativas.

O esforço para abolir o infanticídio como uma prática tradicional foi originada por centenas de indígenas de diferentes comunidades indígenas que reconhecem-no como prejudicial ao desenvolvimento de suas próprias culturas. O argumento de que o filme "Hakani" é uma imposição de ‘fora para dentro’, fomentada por missionários cristãos "fundamentalistas" ansiosos para reorganizar tradições tribais, é infundado. O Projeto Hakani opera sob a pressuposição de que a proteção à vida da criança indígena é perfeitamente compatível com a proteção ao povo e à cultura indígena.

Survival International: "Mesmo que você baixe o filme completo na internet, os créditos são ilegíveis, por isso você não pode dizer quem está por trás dele ... Missionários evangélicos têm escondido o seu trabalho por décadas ... "

"Hakani" é uma produção financiada de forma privada e independente, que visa apoiar organizações não governamentais como a ATINI em sua defesa dos direitos das crianças indígenas. O filme é uma ferramenta criada para aumentar a conscientização sobre o infanticídio e abrir a discussão sobre alternativas. Fundada por Márcia e Edson Suzuki, a ATINI envolve uma ampla rede de líderes indígenas, antropólogos, lingüistas, advogados, políticos e educadores - muitos deles sem afiliação religiosa. O casal Suzuki, linguistas altamente reconhecidos e peritos em culturas tribais, têm trabalhado e vivido entre os indígenas por 28 anos e a idéia central que defendem é simples: através da proteção da vida de seus filhos, os indígenas estão protegendo o seu futuro e garantindo a preservação de sua cultura.

Para a produção do docu-drama, a ATINI contou com uma parceria fundamental com a organização internacional Jovens Com Uma Missão - conhecida no Brasil como Jocum. A maior parte do documentário foi gravado no campus da Jocum na cidade de Porto Velho.

Survival International: "Jovens Com Uma Missão, foi proibida de atuar em algumas partes do Brasil, mas permanece nestas áreas ilegalmente. "

Jocum tem sido uma presença constante em diversas comunidades indígenas amazônicas nas últimas 3 décadas. Durante grande parte desse tempo, trabalhou ao lado de equipes do governo, na implementação de programas de saúde, tradução, fornecendo transporte aéreo e, algumas vezes, até mesmo intermediando disputas entre grupos indígenas e fazendeiros. Devido a mudanças de regras na atual administração da FUNAI, a Jocum, juntamente com outras ONGs e organizações missionárias, foi convidada a deixar áreas indígenas específicas, tais como a dos suruwaha, até que as novas regras dos convênios sejam firmadas. A alegação de que JOCUM desafiou o governo brasileiro por ter permanecido ilegalmente em determinadas áreas indígenas é categoricamente falsa.

Survival International: "[cenas de "Hakani"] foram falsificadas. O filme reúne filmagem de diversas comunidades indígenas e lança mão de truque fotográfico para dar a entender a mensagem que desejam. Não foi filmado em uma comunidade indígena, a terra que cobre o rosto da criança é, na verdade, bolo de chocolate, e os indígenas no filme foram pagos como atores. "

O gênero cinematográfico da produção Hakani é tecnicamente conhecido como docu-drama, uma representação baseada em fatos e eventos reais. A história da menina Hakani é uma história verdadeira, verificável por testemunhas oculares e relatórios por parte das autoridades locais. Esta produção cinematográfica sobre a vida dela, como o próprio gênero reflete, combina categorias geralmente percebidas de forma distinta: documentário e drama.

O gênero do filme e as informações do que ocorreu nos bastidores sempre foram postados publicamente no website www.hakani.org . As pessoas envolvidas na produção do filme utilizaram todos os recursos cinematográficos disponíveis, ao mesmo tempo em que mantiveram os atores, muitos deles crianças sobreviventes de infanticídio, confortáveis e em segurança.

Survival International: "práticas bárbaras de um tipo ou de outro ... estão vivas e ativas por todo o mundo, não estão mais presentes na Amazônia do que estão nos E.U.A. ou no Reino Unido. Quanto mais consciente uma pessoa está ... mais se pergunta por que razão os missionários escolheram os indígenas brasileiros. "

ATINI e Jocum são organizações brasileiras não-governamentais que abordam questões relevantes a segmentos da população brasileira. "Hakani" foi bem recebido entre as comunidades indígenas, sendo que mais de 60 delas já assistiram o filme. Em todas as ocasiões em que "Hakani" foi exibido para um público indígena, provocou discussões positivas e acaloradas. Ficou claro o sentimento de alívio coletivo pelo fato de alguém, ou algum evento, estar criando oportunidades para discutir-se uma questão que, de outro modo, seria de difícil abordagem.

Em novembro de 2008 mais de 350 indígenas, incluindo líderes de 7 comunidades indígenas, reuniram-se no bem conhecido posto Leonardo na Reserva do Xingu por 2 dias, para assistir o filme e discutir como as famílias indígenas poderiam ser melhor instruídas sobre alternativas ao infanticídio. Uma reunião de acompanhamento com os agentes de saúde está sendo agora planejada pelo cacique geral para desenvolver mais estratégias. Estas iniciativas não são esforços de grupos externos, querendo impor novas crenças. São iniciativas dos próprios indígenas, assumindo o protagonismo desta luta e a responsabilidade por seus próprios destinos. Eles estão tomando iniciativas que, no final, irão beneficiar as suas sociedades.

Survival International: "[" Hakani '] incita sentimentos de ódio contra indígenas. Olhe os comentários no site do YouTube ... Você não pode culpar o telespectador pela sua hostilidade: poucos poderiam assitir "Hakani" sem ficar zangados com os indígenas."

Os produtores do filme estão perfeitamente conscientes de que em um ambiente aberto, tal como o YouTube, com poucas restrições, algumas pessoas podem responder de uma forma desagradável e inadequada. O conteúdo e o tom de algumas das respostas postadas são, sem dúvida alguma, totalmente condenados pelos realizadores do filme.

Para concluir ...

Não deixamos de levar em consideração as críticas de Stephen Corry quanto ao trabalho executado até o momento pelo Projeto Hakani. Apreciamos a amplitude do trabalho da Survival International em todo o mundo, e não temos nenhuma razão para duvidar da sua verdadeira intenção de proteger e incentivar culturas indígenas para que tenham uma vida saudável. Contrariando às suas suspeitas de Corry, nós do projeto Hakani, estamos muito atentos aos princípio dos Direitos Humanos. Especialmente ao principal entre eles, o direito à vida, de TODOS os indígenas.

As crianças indígenas estão entre as mais vulneráveis do mundo....

Filósofo aborda infanticídio indígena no estadão e no globo

Segunda-Feira, 05 de Janeiro de 2009
O Estado de S. Paulo
www.estadão.com.br

O Brasil está sendo tão acometido da sanha do politicamente correto que o olhar de muitos não consegue ver coisas que acontecem ao nosso redor. Assim, há em curso uma tentativa de resgate de nossa história que está escorregando no seu contrário, como quando os indígenas são vistos segundo a ótica do "bom selvagem", no sentido de Rousseau. A política indigenista aí enraizada, com apoio explícito de movimentos ditos sociais, termina por pactuar com comportamentos que atentam diretamente contra a própria Constituição. Em nome do relativismo moral, da igualdade entre todas as culturas, comportamentos dos mais inusitados, para não dizer bárbaros, são admitidos.

Há vários relatos de infanticídios entre as populações indígenas, que são simplesmente tolerados, se não explicitamente admitidos, em nome da igualdade entre culturas. As causas podem ser as mais variadas, desde a existência de gêmeos até a escolha de sexo, passando pelos mais distintos motivos. Em terra ianomâmi, tão celebrada como exemplo de política indigenista, tudo indica que se trata de uma prática comum.

Observe-se que esses índios são os que vivem mais à parte do contato com os civilizados, embora em muitas aldeias existam postos da Funai e da Funasa. Habitam um imenso território e, no entanto, vivem subnutridos, o que é visível à simples observação dos homens e das mulheres. O argumento de que amplas extensões de terras são fundamentais para a sua reprodução física parece não se sustentar, dadas as suas condições precárias de vida. A ideia do bom selvagem em condições idílicas parece ser mais um produto ideológico da Funai, do Cimi e dos movimentos sociais em geral.

Numa das aldeias, é comum o relato do infanticídio enquanto prática cultural dessas populações. Nas palavras de um interlocutor, matar ou não um recém-nascido é uma "decisão dos pais". Ou seja, cabe ao livre-arbítrio dos pais manter ou não em vida um recém-nascido, não havendo nenhuma lei que se sobreponha a essa. Nesse sentido, eles se situariam fora ou acima da Constituição brasileira, que assegura o direito à vida. Os argumentos apresentados podem ser vários, desde o tamanho da roça até o fato de os indivíduos do sexo masculino serem privilegiados, com a morte consequente de recém-nascidos do sexo feminino. Imaginem se tal prática fosse universalizada, tornando-se válida para todos os brasileiros!

Ora, quem sustenta o infanticídio como sendo apenas uma prática cultural compactua, na verdade, com um crime severamente punido pela legislação brasileira. Os indígenas são, assim, tratados como se não fossem brasileiros, a lei não se aplicando a eles. Temos aqui um evidente paradoxo: como a Constituição brasileira não se aplicaria a eles, estando suas aldeias situadas em território nacional e sendo auxiliados, e mesmo apoiados, por instituições do Estado? Como pode uma cláusula pétrea ser relativizada dessa maneira?

Ainda numa outra aldeia, da mesma tribo, há relatos de que o infanticídio seria cometido com o conhecimento de missionárias ali instaladas. As mulheres vão para o mato antes do parto, costumam ter seus filhos sozinhas, voltando, depois, sem o recém-nascido. A morte é feita por sufocamento, com a mãe asfixiando a criança no chão, com o pé. A situação não poderia ser mais escandalosa, pois esse tipo de conivência contraria frontalmente os princípios do cristianismo e, de modo mais geral, de toda a humanidade. Os princípios mesmos do Evangelho são frontalmente desrespeitados. Como pode uma prática dita cultural se sobrepor a um princípio universal? Salvo se partirmos de uma outra posição, a saber: a inexistência de princípios universais, o que equivaleria a remeter toda a humanidade à barbárie. Por que não reintroduzir, então, a antropofagia, prática que foi comum a determinadas tribos na história brasileira, em nome da "igualdade" entre diferentes culturas?

A situação deveria suscitar a indignação moral. Em nome de uma "prática cultural", haveria conivência com o assassinato de recém-nascidos, como se esta prática devesse ser "culturalmente" preservada. Ou ainda, em nome do "estruturalismo", é como se devêssemos abdicar de nossa capacidade de julgar. Parece, no entanto, haver uma tergiversação geral sobre o assunto, englobando as diferentes autoridades envolvidas. Trata-se de uma manobra propriamente política perante a opinião pública brasileira, que desaprovaria tal prática se dela tivesse conhecimento. Vendem, porém, um outro produto, o de que os indígenas são "bons selvagens", havendo uma harmonia natural entre eles, como se o assassinato, por exemplo, fosse fruto do mundo civilizado. Para que possam guardar as suas respectivas posições de poder, continuam insistindo nessa ideia rousseauniana ao arrepio completo da verdade.

A opinião pública condena severamente o infanticídio. Uma menina que teria sido assassinada pelo pai e pela madrasta, atirada de um edifício, ocupou durante semanas o noticiário radiofônico, televisivo e impresso do País, causando indignação geral. Provocou uma verdadeira comoção nacional. Outros casos são também relatados com detalhes, produzindo uma intensa reação e suscitando fortes emoções. Mesmo criminosos, nos presídios, não compactuam com essa prática, procurando eliminar fisicamente os que realizam tais atos. O próprio "código" dos criminosos exclui essa prática, por se colocar fora dos parâmetros de qualquer tipo de humanidade. Por que seria ela tolerável entre os indígenas? No fundo, o que está em questão, para aqueles que defendem tais posições ou são omissos em relação a elas, é o medo da perda de suporte junto à opinião pública. Se fossem mostrados coniventes e cúmplices com tal prática, perderiam sustentação e seriam forçados a abdicar de suas posições ideológicas e políticas. Eis por que o ocultamento é aqui a regra.

Projeto de emenda constitucional de autoria do deputado Pompeo de Mattos

PEC visa inibir infanticídio étnico-cultural por indígenas
Gilberto Nascimento

Pompeo de Mattos ressalta que fazer respeitar o direito à vida humana entre os índios não constitui afronta a sua cultura. A Câmara analisa a Proposta de Emenda Constitucional 303/08, do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que condiciona o respeito aos direitos indígenas de organização social, costumes, línguas, crenças e tradições ao respeito à vida. De acordo com o autor, a intenção é inibir a prática de infanticídio de ordem étnico-cultural, seja em caso de aborto seja em caso de homicídios de recém-nascidos.

"Fazer respeitar o direito à vida humana entre os indígenas não constitui desrespeito ou afronta a sua cultura, mas, pelo contrário, configura respeito a sua particularidade cultural no âmbito da sociedade brasileira, a qual, por meio da Carta Constitucional de 1988, considera inviolável o direito à vida de todos os brasileiros, inclusive os indígenas, e estrangeiros", argumenta o autor.

No entendimento do deputado, ao não reforçar o respeito ao direito à vida no artigo 231, que trata dos direitos indígenas, a Constituição Federal deixa entender que as práticas de homicídio em contexto étnico-cultural específico, tais como o infanticídio, são aceitas pelo ordenamento constitucional.

Tramitação
A proposta terá a admissibilidade analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se for aprovada, será examinada por uma comissão especial e, posteriormente, precisa ser votada em dois turnos pelo Plenário.


ONG inglesa diz que filme Hakani incita ódio contra índios


A ONG inglesa Survival, que defende os direitos dos povos indígenas, disse nesta quinta-feira, 19, que o conteúdo do filme "Hakani", do cineasta David Cunningham, induz o ódio contra os índios brasileiros.
O documentário já foi visto por mais de 350 mil pessoas no YouTube. Apesar de os produtores afirmarem que o filme se baseia em uma história real, a ONG alega que o conteúdo é falso e que faz "parte da campanha dos missionários para pressionar o Governo brasileiro a aprovar uma polêmica lei conhecida como 'Lei Muwaji'' (que forçaria os cidadãos brasileiros a informar às autoridades sobre tudo aquilo que possa ser considerado como prática tradicional prejudicial).
"Hakani" conta a história de uma criança indígena brasileira que é enterrada viva por sua tribo. Os produtores do filme alegam que o infanticídio entre os índios brasileiros é uma prática comum.

via Opinião e Notícia
19/03/2009

‘Hakani’: paving the road to hell

Friday, October 3rd, 2008
'Reconstruction' of boy being buried.For a number of months now, we’ve been monitoring the progress of a movie by the name of Hakani: A Survivor’s Story, which has stirred hate against tribal peoples.
The film apparently shows a tribal community in the Amazon ritualistically burying a child alive. We are told that this is because the child was thought not to have a proper human soul.
Only at the very end of the film does it explain that the footage is a ‘reconstruction’. This leads many viewers to believe that the scenes are real.
In fact, even the film’s makers have no proof that the events it shows ever happened.
It was made by David Cunningham, son of the founder of fundamentalist Christian missionary group Youth With A Mission. Now, it is being used by such groups to fight for a new law in Brazil, Muwaji’s Law, which will force government officials to take a child from its parents if somebody merely suspects that the child is at risk of being killed in this way.
This is an extremely sensitive issue, but it has reached the stage where tribal peoples in general are being targeted for an exceedingly rare practice, at a time when they are already threatened on all sides.

For more info, see our Hakani background briefing, download Survival’s reaction or read it at Scribd.

Missionary film leads to people 'hating Indians and wishing them dead' 19 March 2009

    Screenshot from the fundamentalist film Hakani.
    Screenshot from the fundamentalist film Hakani.
    © Survival
    To mark the UN International Day for the Elimination of Racial Discrimination, March 21, Survival is accusing the makers of a controversial film of inciting racial hatred against Brazilian Indians.

    The film, ‘Hakani’, has been watched by more than 350,000 people on YouTube and claims to be the true story of a Brazilian Indian child buried alive by her tribe. Survival argues the film is faked, that the earth covering the children’s faces is ‘actually chocolate cake’, and that the film’s claim that infanticide among Brazilian Indians is widespread is false.

    ‘People are being taught to hate Indians, even wish them dead,’ says Survival’s director, Stephen Corry, in an exclusive interview about ‘Hakani’. ‘Look at the comments on the Youtube site, things like, ‘So get rid of these native tribes. They suck’, and, ‘Those amazon mother f***ers burrying (sic) little kids, kill them all.’

    ‘The film focuses on what they claim happens routinely in Indian communities, but it doesn’t,’ Corry says. ‘Amazonian infanticide is rare. When it does happen. . . it is the mother’s decision and isn’t taken lightly. It’s made privately and secretly and is often thought shameful, certainly tragic.’

    ‘Hakani’ was directed by David Cunningham, the son of the founder of an American fundamentalist missionary organisation called ‘Youth with a Mission’, which has a branch in Brazil known as Jocum. Corry argues that the missionaries try to downplay their involvement in the film.

    ‘You’re invited to give money to UNKF, but you aren’t told what the initials mean (it’s part of the mission),’ Corry says. ‘The evangelical involvement is not mentioned at all. Even if you download the full film, the credits are unreadable, so you can’t tell who is behind it.’

    Corry says the film is part of the missionaries’ campaign to pressure Brazil’s government to pass a controversial bill, known as ‘Muwaji’s law’. This would force Brazilian citizens to report to the authorities anything they think is a ‘harmful traditional practice’ – a law which would ‘foster witch-hunts’, ‘roll Brazil back centuries’ and ‘could bring catastrophic social breakdown’.

    Survival believes that cultural practices should be based on the free and informed consent of all participants and that infanticide is wrong.
    Read an exclusive interview with Survival's director Stephen Corry.

    via Survival

    Background briefing

    Hakani

    ‘Hakani’ is a film produced by the American fundamentalist missionary organisation Youth With a Mission.
    It claims to be the “true story” of a Brazilian Indian child called Hakani who was supposedly buried alive by her tribe, the Suruwaha.
    In fact, the film was faked – and even the missionaries who produced it ‘admit there is no way to verify what they say happened’.

    Hakani – paving a road to hell

    In this Q&A, Survival’s director Stephen Corry explains why Survival is against Hakani.
    Extracts below:

    ‘Hakani’ e o caminho para o inferno

    Nesta entrevista, Stephen Corry, diretor da Survival, explica porque se opõe a Hakani.

     

    Você se opõe ao filme Hakani. Porquê?

    Stephen Corry: É uma encenação. Junta filmagens de muitos povos indígenas diferentes e usa truques de fotografia para fazer valer os seus argumentos.
    Não foi filmado numa comunidade indígena, a terra cobrindo a cara das crianças é na verdade chocolate e os Índios que aparecem no filme foram pagos como atores.

    Os autores do filme dizem que é uma reconstituição. Como você responde?

    Stephen Corry: O filme é apresentado como sendo inteiramente real. O título de abertura da versão completa diz mesmo ‘uma história verdadeira’ e só no final o espectador fica sabendo que se trata de uma reconstituição.
    O trecho que se encontra no YouTube, que foi visto por um número muito maior de pessoas, nem sequer menciona isso. Se fosse exibido nos cinemas e na televisão, isso seria obrigatório.
    Se isso aconteceu como retratado é um caso muito isolado. Há décadas que trabalhamos na Amazônia, e nunca soubemos de nenhum povo indígena em que se diga aos pais que matem as crianças. Isso não acontece.

    Então porque se opor a este filme se ele só tenta acabar com isso?

    Stephen Corry: O filme e a mensagem que ele passa são prejudiciais. Concentram-se no que eles alegam acontecer rotineiramente em comunidades indígenas, mas não acontece. Promove sentimentos de ódio contra os Índios.
    Veja os comentários no site do YouTube, coisas como: ‘Então vamos aniquilar essas tribos. Elas fedem.” e ‘Esses amazônicos filhos da p—— que enterram criancinhas, matem todos’. Os autores do filme deviam se envergonhar de todo o mal que estão fazendo às pessoas que eles estão querendo ajudar.

    O que é isso?

    Stephen Corry: A lei Muwaji foca-se naquilo que chama ‘práticas tradicionais’ e estipula o que o Estado e os cidadãos devem fazer. Estipula que se alguém achar que existe um risco de prática tradicional danosa, tem que a relatar. Se não o fizer, corre o risco de ser preso.
    As autoridades têm que intervir e remover as crianças e/ou os pais. Tudo isso porque alguém, qualquer pessoa, um missionário, por exemplo, alega que existe algum risco.
    Isso é propaganda para apoiar a campanha evangélica para um principio muito perigoso, o chamado projeto de lei Muwaji que foi apresentado no Congresso Brasileiro.

    Leia mais em Scribd.com ou baixe o PDF.

    From the web

    * Hakani on Youtube
    * Hakani article on Wikipedia
    * USA Today article on Hakani
    * Sign Indians’ petition for consultation on law
    * Hakani official website
    * Youth With a Mission – creators of Hakani film
    * Hakani Q&A with Stephen Corry @ Scribd.com

    From Survival’s website

    * Hakani Q&A with Stephen Corry
    *  ‘Hakani’ Entrevista com Stephen Corry (Em português)

    Hakani - Paving the way to hell


    De facto, o repúdio e o apelo aos abaixos assinados multiplicam-se na internet. Como este, por exemplo:



    Caro Leitor e Amigos,

    Peço a todos que divulguem aos seus contatos e que escrevam para o Presidente da Camara (os dados estao no final do post). Diante de tanta barbaridade nao podemos ficar calados. Vamos fazer barulho, quem sabe as autoridades do Brasil se sensibilizem com as crianças indigenas que sao mortas todos os anos. Eu sei que o infanticidio nesse caso e pura tradiçao e cultura indigena, mas sera que devemos nos calar e deixar morrer milhares de crianças que sao enterradas vivas em nome de uma tradiçao? Eu penso que nao... Nada justifica a morte de inocentes! O que justifica um desespero de uma mae indigena que prefere se suicidar a ter que matar seus proprio filhos? Eu sei que no mundo onde vivemos, atos praticados como abortos em que as vezes tem o apoio legal (aqui na Italia o aborto é legal)no meu entendimento possuem a mesma ou maior monstruosidade do que acontece nas tribos indigenas. Gostaria de deixar claro que nao vejo o povo indigena como monstros ou crueis, o que vejo è mero fruto da ignorancia e da nao civilizaçao. Diversos povos antigos, como Gregos, Romanos, Egipcios, utilizaram a sacrificios infantis.


    O direito à vida é muito mais importante que o direito à preservação de uma tradição.
    Eli Ticuna, índio que atua no filme Hakani


    Esta campanha foi postada em uma comunidade do orkut que participo e diante de tanta monstruosidade decidi traze-la para ca', porque acho muito importante. Na comunidade o topico abria com um video/documentario disponivel no You Tube, mas muitas pessoas reclamaram pelo conteudo de imagens chocantes. Acho melhor nao postar também, embora eu ache que as imagens tem uma tremenda força mobilizadora.

    O infanticidio indigena acontece no NOSSO Brasil. Quando o assunto esteve em alta tempos atras eu pensei o que muitas pessoas pensam: que e' uma pratica cultural e deve ser respeitada. So' que ai' li uns artigos de antropologia (também vi umas entrevistas no You Tube) que dizem que essa corrente do "deixa pra la'" e' ultrapassada. A informaçao por si so' nao e' invasiva e nao é agressiva.

    Quem tiver estomago para ver os videos no You Tube, e' so' digitar como palavras-chaves "lei muwaji ", "infanticidio indigena", etc.

    A campanha:

    Centenas de crianças indígenas foram rejeitadas por suas comunidades e enterradas vivas no Brasil nos últimos anos. Essa é uma prática antiga, encontrada ainda em mais de 20 povos indígenas diferentes. Muitas dessas crianças são recém-nascidas. Outras são mortas aos 3, 5, e até 11 anos de idade. Centenas delas são condenadas à morte por serem portadoras de deficiências físicas ou mentais, ou por serem gêmeas, ou filhas de mãe solteira. Muitas outras são envenenadas ou abandonadas na floresta porque pessoas na comunidade acreditam que elas trazem má sorte.

    Escreva uma carta exigindo que o Projeto de Lei seja votado nesse mês de junho pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos
    Deputados. Você pode se basear nesse modelo de carta:

    “Recentemente tomei conhecimento do problema do infanticídio nas comunidades indígenas, e da luta dos povos indígenas para vencer essa prática. Considerando que todas as crianças brasileiras devem contar com a proteção da Constituição Federal, do ECA e dos acordos internacionais de Direitos da Criança, dos quais o Brasil é signatário, solicito ao Exmo. Sr. que implemente com urgência os passos necessários para que o PL 1057/2007, conhecido como Lei Muwaji, seja votado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados ainda no mês de junho de 2008. Criança é criança, independente de sua origem étnica. Toda criança tem direito inerente à vida.”

    ou elaborar seu próprio texto. Coloque seu nome, sua cidade e o número de sua identidade.

    PARA QUEM ESCREVER:

    Presidente da Câmara dos Deputados
    Deputado Arlindo Chinaglia
    dep.arlindochinaglia@camara.gov.br
    Presidente da Comiss ão de Direitos
    Humanos e Minorias da Câmara dos
    Deputados
    Deputado Pompeo De Mattos
    dep.pompeodemattos@camara.gov.br
    Ministro da Justiça
    Tarso Genro
    gabinetemj@mj.gov.br
    Relatora do PL 1057 (Lei Muwaji)
    Deputada Janete Rocha Pietá
    dep.janeterochapieta@camara.gov.br

    repassando via Chris


    Missionaries accuse Brazil of allowing infanticide
    9/23/2008


    BRASILIA, Brazil — Evangelical Christian missionaries have launched a campaign against what they claim is the widespread practice of infanticide among Amazonian Indians. The missionaries, associated with the U.S.-based group Youth With A Mission, say the Brazilian government is turning a blind eye to the killing of babies born with birth defects, many of which are treatable by western medicine.
    Brazilian government officials say the missionaries are exaggerating and exploiting the issue to justify their attempts to convert Indians to Christianity, destroying ancient civilizations in the process.
    The fight has spilled into American churches and Brazilian national politics. It has reached the point that the Brazilian Department of Indian Affairs accuses the evangelicals of enslaving Indians and disguising their intent to evangelize.
    A girl named Hakani
    At the center of the debate is a girl named Hakani, a member of the Suruwaha Indian tribe, who has been adopted by evangelical missionaries, Marcia and Edson Suzuki.
    The Suzukis say members of the tribe tried to kill Hakani by burying her alive because she was disabled.
    "When she was born, she looked normal," Marcia Suzuki says. "But when she was 2, she couldn't walk or talk, so they thought she had a monkey's soul, not a child's soul."
    The Suzukis say Hakani was rescued by an older brother, who carried the girl out of the jungle on his back. When they first saw Hakani, they say, she was 5 years old but weighed only 15 pounds and had scars all over her body.
    Eight years later, Hakani walks and talks normally. Doctors diagnosed her with treatable thyroid problems.
    The Suzukis have hospital records and pictures of how the girl looked when they found her. They admit there is no way to verify what they say happened with the remote jungle tribe.
    They teamed up with David Cunningham, an American film director whose father founded Youth With A Mission, to make a movie, Hakani, that graphically recreates Hakani's alleged attempted murder. It is shown on the Internet and at churches in the USA and Brazil to raise money and awareness of legislation against infanticide in the Brazilian legislature.
    'It's a taboo'
    The missionaries say Hakani's is not an isolated case. They say infanticide is common among Brazil's more than 200 indigenous tribes, which they say sometimes kill babies because they are deformed or are born to a single mother. The missionaries say the Brazilian government often overlooks the killings in the name of respecting Indian culture.
    "It's a taboo," Suzuki says. "No one is allowed to talk about it or interfere."
    The Brazilian government has tried to discourage infanticide, but the Department of Indian Affairs does not have a policy that requires action to stop it from happening.
    In an interview here in the Brazilian capital, Antenor Vaz of the Department of Indian Affairs says that the state is not "in favor of death" but that it would be dangerous to "criminalize indigenous actions."
    The state, he says, should not use the moral judgments of modern culture "to regulate the indigenous cultures who have survived in this land a lot longer than us whites."
    To do so, he says, risks subverting ancient cultures. "We are not defending death," he says. "Very much to the contrary, we are defending the cultural survival of a people."
    'The kindest thing to do'
    It is a view shared by some activists. "I'm not going to defend infanticide," says Fiona Watson of Survival International, a group that defends the right of native tribes all over the world. "But I think you have to understand," she says, that in the context of Indian culture, "it's not considered murder."
    "In fact," she says, "it's often considered something which is a kind thing to do. If you have somebody who is born into your community who is not going to survive, who is very badly deformed and you are an indigenous people who are living deep in the jungle, you don't have access to medical care, that is the kindest thing to do."
    Critics say the missionaries' claim of 200 baby killings a year is seriously overstating the problem. "Infanticide is quite rare, and it's dying out," Watson says.
    For the missionaries, "this is part of a strategy to justify their presence on indigenous lands," Vaz says.
    He and activists such as Watson are offended by the Hakani movie, which they call racist. "Community actions are taken out of the cultural context and portray the Indians as savages, barbarians," he says.
    When Brazil's Indian tribes are being forced off their land or killed by ranchers, miners and loggers, Watson says, the infanticide issue is a destructive distraction.
    She says evangelical missionaries have emerged as perhaps the greatest threat to the Indians' survival. "I think they are doing a huge amount of harm," Watson says. "They are destroying people's beliefs."
    Watson says erasing Indians' traditional faiths destroys their cultures, which have remained self-sufficient for hundreds, if not thousands, of years. "I have seen that," she says, "where a once proud people end up subdued, dependent upon people, because they have lost their beliefs."
    Government accusations
    Vaz recently completed an investigation into Youth With A Mission. His report accuses the group of "hiding their intent to evangelize" and bribing tribe members with tools and medicine to get them to listen to the Gospel.
    The report, without elaboration, accuses the missionaries of slavery, illegally taking blood samples from Indians and illegally removing Indian children.
    Braulia Ribeira, who runs YWAM's operations in the Amazon, denies the allegations. "I think they threw as many accusations as they could, hoping that at least one of them would stick," she says.
    "They are trying to take the focus off the problems," Marcia Suzuki says. "Children are being killed, hundreds, in very cruel ways … but the government is trying to distract people and say, 'No, it's not the problem. The problem is the missionaries.' "
    The missionaries deny that they are using infanticide as a smokescreen for efforts to convert Indians. YWAM members, including Marcia and Edson Suzuki, often live with tribes for decades, learning their ancient languages and providing health care and education. Despite their religious orientation, Ribeira says, they do not proselytize. "Our main mission," she says, "is to provide access to means of survival."
    At one site where YWAM works, deep in the jungle near Porto Velho, an Indian girl wears a Jesus T-shirt.
    Francisca Irving, one of the missionaries working there, admits preaching the gospel to Indians. "Yes, we teach Jesus," she says. "I would lie if I told you we didn't talk about Jesus."
    The legislative push against infanticide is gaining steam in the Brazilian legislature. One house of the Brazilian legislature has passed a bill that would allow children whose lives are "at risk due to cultural practices" to be removed from their homes.
    Vaz says the Department of Indian Affairs is developing a policy.
    "Infanticide is a serious issue, which needs to be discussed," he says. But "this is not a discussion that must only be seen through the Christian perspective."
    Dan Harris is an anchor/correspondent with ABC News 



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