O filme Hans Staden
de Luiz Alberto Pereira (1999)
Ÿ O filme de Luiz Alberto Pereira é baseado no livro Viagens e aventuras no Brasil, de Hans Staden, publicado em 1557, em Marburg, Alemanha e reeditado em fins do século XIX. A obra foi traduzida no Brasil somente no início do século XX. O diretor é também o diretor de Jânio a 24 quadros.
Sinopse
O filme conta a história de Hans Staden, viajante alemão que, em 1550, naufragou no litoral de Santa Catarina, sul do Brasil. Dois anos mais tarde, conseguiu chegar a São Vicente, reduto da colonização portuguesa. Ali ficou dois anos trabalhando como artilheiro do Forte de Bertioga. Já se preparava para voltar à Europa, onde receberia o ouro e o reconhecimento de El-Rei de Portugal, por seus serviços na Colônia. Em um dia de janeiro de 1554 saiu para procurar seu escravo, índio Carijó, que havia saído para pescar e não havia retornado. Em uma canoa navegou por um rio próximo onde o escravo costumava pescar. Em vez do Carijó encontrou uma cruz fincada à beira do rio. A cruz tinha uma simbologia que Staden conhecia: era o sinal para os portugueses chamarem os Tupiniquim, seus aliados. Assim, Staden atirou com seu mosquetão para chamar os Tupiniquim e obter notícias do seu escravo. Os Tupiniquim não apareceram. Porém, sete Tupinambá, tribo inimiga dos portugueses, o cercaram e aprisionaram, e ele foi levado para a Aldeia de Ubatuba, onde deveria ser devorado em um ritual antropofágico. A partir daquele momento Staden começou a inventar uma forma de escapar com vida do seu cativeiro que teve a diração de nove meses.
Curiosidades
Ÿ O diretor e a equipe de produção percorreram durante quatro meses o litoral norte de São Paulo, até encontrarem o lugar ideal para as filmagens. O local considerado “perfeito” pelo índio Álvaro Tukano foi uma área rodeada da mata atlântica, no bairro do Corcovado, no sertão de Ubatuba;
Ÿ O orçamento do filme foi de R$ 1,7 milhão;
Ÿ Para dar mais realidade à produção, os cenógrafos reconstruíram uma legítima aldeia Tupinambá do século XVI. Esse trabalho foi iniciado em junho de 1996 e durou 15 meses, consumindo cerca de 30% do orçamento;
Ÿ Durante este tempo, os atores aproveitaram para ter aulas de tupi, a língua falada no filme;
Ÿ Ao contrário do que se possa pensar, quem mais teve dificuldade em assimilar o tupi foram alguns índios Guarani, selecionados para integrar o elenco, e não os atores;
Ÿ Durante algumas cenas, o diretor do filme enfrentou dificuldades para fazer os índios tirarem as roupas, considerado um costume do passado pelos Guarani;
Ÿ As filmagens duraram aproximadamente 50 dias;
As filmagens foram realizadas em Bertioga e Ubatuba.
Ÿ Durante a montagem da aldeia cenográfica, a produção esgotou o sapê da região de Ubatuba e teve de comprar o material a 150 km longe dali, em Campos do Jordão;
Ÿ O filme teve sua première em Portugal, onde abriu o Festival de Figueira Foz, em setembro de 1999;
Ÿ No dia 18 de dezembro de 1999, o filme foi exibido numa sessão especial para os moradores de Ubatuba. O público ultrapassou o número de três mil pessoas, e dentre elas estavam os Guarani que ficaram bastante emocionados com a sessão;
Ÿ O título do filme em Portugal é Hans Staden – Lá Vem a Nossa Comida Pulando.
Principais Prêmios
País | Evento | Ano | Prêmios |
Brasil | Festival de Cinema de Brasília | 2000 | Melhor Trilha Sonora Melhor Direção de Arte Prêmio Especial do Júri |
Brasil | Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá | 2000 | Melhor Filme e Melhor Fotografia |
EUA | Brazilian Film Festival of Miami | 2000 | Melhor Fotografia |
Portugal | Festival Luso Brasileiro de Santa Maria da Feira | 1999 | Melhor Filme |
Brasil | Festival de Recife de Cinema Brasileiro | 2000 | Melhor Direção de Arte |
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