A queda na terra deste laboratório espacial chinês, designado Tiangong-1 ("Palácio Celeste 1"), não deverá provocar danos e oferecerá um espetáculo "esplêndido" similar a uma chuva de meteoritos, garantem as autoridades chinesas.
Também a Agência Espacial Europeia (ESA) estima que a queda do módulo espacial ocorra nas próximas horas, provavelmente entre a noite de domingo e madrugada de segunda-feira.
Our current prediction of the #Tiangong1 reentry is April 2 at 02:00 UTC ± 7 hours. Further updates can be found here: https://t.co/oYGlof0opQ— TheAerospaceCorp (@AerospaceCorp) March 31, 2018
Num comunicado divulgado no sábado, a ESA explicou que a queda do Tiangong-1 desacelerou devido a uma meteorologia espacial mais tranquila.
Uma torrente de partículas solares deveria ter aumentado a densidade nas altas capas da atmosfera e acelerar a queda do laboratório espacial. Mas isso não ocorreu, reconhece a ESA, avançando que também persiste a incerteza sobre o lugar onde poderão cair os eventuais restos do módulo.
"As pessoas não precisam se preocupar", garante o Departamento de Engenharia Espacial Tripulada da China (CMSEO) em sua conta na rede social WeChat.Naves espaciais deste tipo "não caem na Terra violentamente como nos filmes de ficção científica", garante o CMSEO.A probabilidade de uma pessoa ser atingida por um objeto espacial de mais de 200 gramas é de uma em 700 milhões, garante a agência espacial chinesa.
De forma cilíndrica e com a dimensão aproximada de um autocarro, com 10,4 metros de comprimento por 3, 4 de diâmetro, 7,5 toneladas, já sem o combustível, e dois painéis solares com três por sete metros cada, a Tiangong-1 fez história em setembro de 2011, ao tornando-se a primeira estação espacial da China na órbita terrestre.
Desde então, a Tiangong-1 permaneceu vazia e em 21 março de 2016, as autoridades chinesas informaram as Nações Unidas de que tinham perdido o controlo sobre ela. Até aí, os propulsores da Tiangong-1 era regularmente despertados para elevar a sua altitude, de modo a mantê-la entre os 330 e os 400 quilómetros de altitude. Desde 2016 isso deixou de ser possível, pelo que a sua órbita veio decrescendo lentamente, como seria de esperar.
O céu caiu-lhe, ao de leve, no ombro
Em 1979, a queda do Skylab, a antiga estação espacial dos Estados Unidos, foi um acontecimento. Alguns fragmentos caíram junto a uma cidade na Austrália, sem causar danos. Muitos outros objetos espaciais caem todos os anos, mas até hoje, só há um caso conhecido de uma pessoa atingida, de forma ligeira: Lottie Williams, nos Estados Unidos, a quem um pequeno fragmento de um tanque de combustível de um foguetão Delta II atingiu no ombro, em 1996.
"Um espetáculo magnífico"
Na sexta-feira, a China já tinha minimizado as preocupações sobre o impacto da entrada na atmosfera, e prometeu mesmo que será um espetáculo magnífico, semelhante a uma chuva de meteoros. "As pessoas não têm motivos para se preocupar", assegurou a entidade chinesa responsável pela conceção dos voos espaciais tripulados (CMSEO, na sigla em inglês), numa mensagem publicada nas redes sociais.
Este género de estação espacial "não cai violentamente sobre a Terra como nos filmes de ficção científica, mas desintegra-se como uma magnífica chuva de meteoros num belo céu estrelado, à medida que os respetivos destroços avançam em direção à Terra", explicou a entidade chinesa. #
Que riscos implica a queda ?
A estação espacial chinesa Tiangong-1 deverá entrar na atmosfera entre as 13h00 deste sábado (hora de Lisboa) e a tarde de domingo, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA). O facto desta estação espacial com mais de 10 metros de comprimento e oito toneladas ter deixado de funcionar em março de 2016 está a levantar preocupações sobre a sua queda. É esperada uma entrada descontrolada na atmosfera terrestre. Segundo a agência europeia, Portugal situa-se numa das zonas de maior probabilidade de impacto.
Em declarações à TSF, Rui Moura, professor do instituto geofísico da Universidade do Porto, garante que não há motivos para alarme. "É uma questão de probabilidade", explica.
Também a China minimizou o impacto da entrada na atmosfera da Tiangong-1, prometendo mesmo que será um espetáculo semelhante a uma chuva de meteoros. Este género de estação espacial "não cai violentamente sobre a Terra como nos filmes de ficção científica, desintegra-se como uma magnífica chuva de meteoros num belo céu estrelado, à medida que os respetivos destroços avançam em direção à Terra", explicou a agência espacial chinesa.
Mesmo que a estação chinesa não se desintegre por completo na atmosfera, o risco de um ser humano ser atingido por um fragmento espacial com mais de 200 gramas é de um em 700 milhões.
Em média, todas as semanas um satélite de comunicações inoperacional cai na atmosfera, ardendo por completo sem nunca chegar a tocar o solo. Para a ESA já é uma rotina, diz a agência no Twitter. #
Every week, on average, a substantial, inert satellite drops into our atmosphere and burns up. Monitoring these reentries and warning European civil authorities has become routine work for ESA’s #spacedebris experts #tiangong1 #reentry— ESA (@esa) March 30, 2018
Read more: https://t.co/5eBJzT2E67 pic.twitter.com/XI98duU1xV
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