1 - o repórter que assina a matéria divulgada este fim de semana é também um dos autores de "A farra da antropologia oportunista", texto de 2010. Na ocasião, os jornalistas admitiram ter citado aspas do antropólogo Eduardo Viveiros De Castro sem tê-lo entrevistado (algo escandaloso entre jornalistas). Eles lançaram nota explicando que as aspas atribuídas ao renomado pensador eram uma "conclusão" que eles tiraram da leitura de um dos textos de Viveiros de Castro. O antropólogo demonstrou, em nota, que a conclusão deles era completamente errada e declarou: “que voltem aos bancos da escola”.
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/o-renascimento-e-a-farra-de-antropologos-oportunistas.html
2 - o antropólogo citado na matéria da Veja sobre os Guarani-Kaiowá, Edward Luz, é missionário evangélico e, segundo consta, filho do presdente da Missão Novas Tribos do Brasil - por sinal leva o mesmo nome do pai. Confira aqui
http://novastribosdobrasil.org.br/conteudo-dp85?layout=item
Veja algumas matérias da Rolling Stones, do Felipe Milanez, em que pai e fillho aparecem:
http://rollingstone.com.br/edicao/edicao-63/o-mercado-de-almas-selvagens
http://rollingstone.com.br/edicao/49/medo-e-tensao-no-oeste
3 - segundo a reportagem, o Cimi divulgou a carta de Pyelito no dia 10 de outubro. Como ignora completamente no texto a existência de uma organização política indígena, preferindo acreditar na tese de que os índios só agem por serem manipulados pelo Cimi, os antropólogos e a Funai, o repórter não percebeu que a carta do Pyelito foi divulgada no perfil da Aty Guasu no fb no dia 9 de outubro.
4 - o mapa que a revista apresenta, alegando que a Funai pretende demarcar como terra indígena todo o sul de MS, se baseia em afirmações que já foram desmentidas pela Funai há mais de quatro anos; também os antropólogos desmentiram essa informação à época, e, se não bastasse tudo isso, as lideranças guarani e kaiowá que estiveram em Brasília esta semana também desmentiram. Ou seja, de onde Veja tirou esse mapa? A quem interessa criar indisposição contra os indígenas, num momento grave como o atual?
5 - O único indígena que tem uma frase citada na matéria deste fim de semana é o mesmo que apareceu numa reportagem de junho da revista, defendendo o plantio de soja transgênica dentro da reserva de Dourados (prática que foi coibida por ações do MPF, anos atrás). Nessa outra reportagem, ele contava a Veja que ganhou as primeiras sementes de soja que plantou, décadas atrás, de um missionário evangélico... A reserva de Dourados tem 3,5 mil hectares e abriga 11,1 mil pessoas, segundo o IBGE. O que significa plantar soja transgênica num lugar como esse?"
http://www.sistemafamato.org.br/site/arquivos/14062012030901.pdf
via Save the Amazon
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