Pesquisa provocou polêmica ao dizer que "eliminar o desmatamento até 2030 limitará a receita para a expansão agrícola e para a atividade madeireira".
A Organização Não Governamental (ONG) norte-americana Avoid Deforestation Partners – que estimula a criação de leis e políticas contra o desmatamento – informou que manter as florestas não deixará o Brasil menos competitivo nem prejudicará o desenvolvimento econômico do País.
No mês passado, a ONG divulgou um relatório, batizado de ‘Florestas lá, plantações aqui’, com a informação polêmica de que “eliminar o desmatamento (nos trópicos) até 2030 limitará a receita para a expansão agrícola e para a atividade madeireira nos países tropicais, nivelando o campo de jogo para os produtores americanos no mercado global”.
Proteger as florestas, portanto, prejudicaria a produção de carne, soja e madeira em países como o Brasil, reduzindo a concorrência à produção americana. A tese causou desconforto em vários setores. Os ruralistas a interpretaram como uma tentativa de minar a produção agrícola do País. Os ambientalistas acharam absurdo relacionar a produtividade brasileira com a quantidade de terras ocupadas e não com a eficiência do seu uso.
Os responsáveis pelo estudo que defendia a preservação de florestas no Brasil porque ela ajudaria a agricultura dos EUA ficaram preocupados com a repercussão do documento. Nesta semana, divulgaram outro artigo, informando que evitar o desmate traria benefícios econômicos também para o Brasil. “O relatório original foi bastante mal interpretado pelos seus críticos. Ganhos para os Estados Unidos não significam perdas para o Brasil”, disse o diretor executivo da ONG e responsável pelo trabalho, Glenn Hurowitz.
Ele lembrou ainda que o desmatamento está diminuindo no Brasil, mas nem por isso a agricultura deixa de ser cada vez mais produtiva. Para argumentar, divulgou estimativas que diziam que reduzir o desmatamento pode impulsionar a receita do País entre R$ 260 bilhões e R$ 545 bilhões até 2030. O objetivo original do relatório era convencer senadores dos EUA ligados ao agronegócio a aprovarem a lei de mudança climática.
”Nos EUA, pode ser difícil ganhar apoio de muitos congressistas para políticas como a proteção de florestas tropicais que beneficiam, antes de tudo, outros países, a não ser que você demonstre que essas políticas podem também beneficiar os Estados Unidos”, disse Hurowitz.
A interpretação de que a proteção das florestas prejudica o Brasil foi celebrada pelos ruralistas e outros defensores do desmatamento, que têm no deputado federal Aldo Rebelo ( PCdoB) seu maior aliado. Rebelo usou a versão do estudo da ONG para alimentar a teoria da conspiração segundo a qual todo o movimento ambientalista é financiado e estimulado pelo capitalismo internacional com o interesse de retardar o desenvolvimento do País.
Desde 2003, o Brasil se destaca entre os países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica, pela determinação em criar áreas de proteção. Segundo pesquisa publicada em maio passado pela revista Procedimentos da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, a criação de áreas protegidas na Amazônia tem grande efeito sobre a redução da emissão de gases do efeito estufa.
As áreas protegidas, cuja extensão o projeto defendido por Aldo Rebelo pretende reduzir, foram responsáveis por 37% da redução do desmatamento no Brasil entre 2004 e 2006. O Brasil foi responsável por 73% das áreas protegidas de florestas criadas em todo o mundo desde 2003. Nem por isso deixou de se destacar como grande produtor agrícola.
Pelo contrário. Segundo especialistas, ao ser convencido a respeitar a natureza, o agricultor brasileiro acaba tomando conhecimento de técnicas mais racionais de exploração da terra, reduzindo sua dependência de adubos químicos e defensivos agrícolas e adotando práticas mais avançadas de cultivo. Portanto, a defesa do patrimônio ambiental não significa boicote à produção agrícola, mas exatamente o contrário.
fonte
A Organização Não Governamental (ONG) norte-americana Avoid Deforestation Partners – que estimula a criação de leis e políticas contra o desmatamento – informou que manter as florestas não deixará o Brasil menos competitivo nem prejudicará o desenvolvimento econômico do País.
No mês passado, a ONG divulgou um relatório, batizado de ‘Florestas lá, plantações aqui’, com a informação polêmica de que “eliminar o desmatamento (nos trópicos) até 2030 limitará a receita para a expansão agrícola e para a atividade madeireira nos países tropicais, nivelando o campo de jogo para os produtores americanos no mercado global”.
Proteger as florestas, portanto, prejudicaria a produção de carne, soja e madeira em países como o Brasil, reduzindo a concorrência à produção americana. A tese causou desconforto em vários setores. Os ruralistas a interpretaram como uma tentativa de minar a produção agrícola do País. Os ambientalistas acharam absurdo relacionar a produtividade brasileira com a quantidade de terras ocupadas e não com a eficiência do seu uso.
Os responsáveis pelo estudo que defendia a preservação de florestas no Brasil porque ela ajudaria a agricultura dos EUA ficaram preocupados com a repercussão do documento. Nesta semana, divulgaram outro artigo, informando que evitar o desmate traria benefícios econômicos também para o Brasil. “O relatório original foi bastante mal interpretado pelos seus críticos. Ganhos para os Estados Unidos não significam perdas para o Brasil”, disse o diretor executivo da ONG e responsável pelo trabalho, Glenn Hurowitz.
Ele lembrou ainda que o desmatamento está diminuindo no Brasil, mas nem por isso a agricultura deixa de ser cada vez mais produtiva. Para argumentar, divulgou estimativas que diziam que reduzir o desmatamento pode impulsionar a receita do País entre R$ 260 bilhões e R$ 545 bilhões até 2030. O objetivo original do relatório era convencer senadores dos EUA ligados ao agronegócio a aprovarem a lei de mudança climática.
”Nos EUA, pode ser difícil ganhar apoio de muitos congressistas para políticas como a proteção de florestas tropicais que beneficiam, antes de tudo, outros países, a não ser que você demonstre que essas políticas podem também beneficiar os Estados Unidos”, disse Hurowitz.
A interpretação de que a proteção das florestas prejudica o Brasil foi celebrada pelos ruralistas e outros defensores do desmatamento, que têm no deputado federal Aldo Rebelo ( PCdoB) seu maior aliado. Rebelo usou a versão do estudo da ONG para alimentar a teoria da conspiração segundo a qual todo o movimento ambientalista é financiado e estimulado pelo capitalismo internacional com o interesse de retardar o desenvolvimento do País.
Desde 2003, o Brasil se destaca entre os países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica, pela determinação em criar áreas de proteção. Segundo pesquisa publicada em maio passado pela revista Procedimentos da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos, a criação de áreas protegidas na Amazônia tem grande efeito sobre a redução da emissão de gases do efeito estufa.
As áreas protegidas, cuja extensão o projeto defendido por Aldo Rebelo pretende reduzir, foram responsáveis por 37% da redução do desmatamento no Brasil entre 2004 e 2006. O Brasil foi responsável por 73% das áreas protegidas de florestas criadas em todo o mundo desde 2003. Nem por isso deixou de se destacar como grande produtor agrícola.
Pelo contrário. Segundo especialistas, ao ser convencido a respeitar a natureza, o agricultor brasileiro acaba tomando conhecimento de técnicas mais racionais de exploração da terra, reduzindo sua dependência de adubos químicos e defensivos agrícolas e adotando práticas mais avançadas de cultivo. Portanto, a defesa do patrimônio ambiental não significa boicote à produção agrícola, mas exatamente o contrário.
fonte
Sem comentários
Enviar um comentário