Relatório aponta situação precária dos índios Guarani em Mato Grosso do Sul
A perda das terras, muitas vezes resultante de expulsão, é apontada como o principal desencadeador desses problemas, por ter levado os indígenas a procurar trabalhos temporários nas grandes fazendas e refinarias da região, separando-se dos parentes e de seu modo tradicional de organização social.
“A situação é particularmente grave entre os Guaranis, os quais, após décadas vendo suas terras ancestrais perdidas para o cultivo da cana-de-açúcar, da soja e do chá, para a criação de gado e programas de assentamento do governo, encontram-se em uma das piores condições vividas pelos povos indígenas no Brasil”, diz o texto do documento, produzido pela organização não governamental (ONG) Survival International.
De acordo com o relatório da ONG, o índice de suicídios entre os Guarani é um dos mais altos do mundo. Os dados revelam que, desde 1991, mais de 620 indígenas tiraram a própria vida. Em 2005, o índice de suicídios entre eles foi 19 vezes mais alto do que o índice nacional. O texto diz ainda que a expectativa de vida dos Guaranis do Brasil é mais de 20 anos inferior à média nacional.
A Survival Internatioal faz, no fim do relatório, uma série de recomendações a serem encaminhadas ao governo brasileiro para serem aplicadas na busca de solução para o problema dos Guarani de Mato Grosso do Sul. Uma delas é a finalização, em caráter de urgência, do programa de demarcação de terras dessa etnia.
O estudo recomenda ainda que se agilize a solução para as disputas de terra perante a Corte e que se trate da questão da impunidade por crimes cometidos contra os Guarani. No caso de crimes cometidos pelos indígenas, o relatório defende que eles tenham acesso a representação legal adequada e a audiências em sua própria língua.
A data escolhida para a divulgação do relatório, 21 de março, foi escolhida por se tratar do Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial.
fonte: Agência Brasil
21/03/2010
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