Ipam: reservas indígenas e extrativistas guardam 30% do carbono da Amazônia

Estoques equivalem a 8 vezes as reduções previstas na 1ª fase de Kyoto.
Índios e populações tradicionais detêm 1 milhão de km² de florestas.


 Serraria que explorava terra indígena no Maranhão flagrada em abril pelo Ibama: áreas protegidas detém até 30% do carbono da Amazônia brasileira, segundo o Ipam. (Foto: Thomás Sottili/Funai) 

 
Terras indígenas e reservas extrativistas localizadas na Amazônia brasileira formam um estoque de 15 bilhões de toneladas de carbono, afirma estudo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM). Segundo a ONG, isso equivale a 30 % dos 47 bilhões de toneladas de carbono que, calcula-se, estão fixadas nas florestas da região.

O carbono que forma a vegetação, quando liberado para a atmosfera com queimadas, por exemplo, contribui para o aquecimento global. Esta é uma importante razão para se combater o desmatamento.

Os estoques de carbono nas áreas estudadas pelo Ipam equivalem a oito vezes o esforço mundial para evitar emissões de gases do efeito estufa previstos na primeira fase do Protocolo de Kyoto.

Atualmente, restam aproximadamente 3,3 milhões de km² da floresta amazônica brasileira. Somente em território nacional, índios e populações tradicionais são responsáveis pela preservação de cerca de 1 milhão de km² de florestas tropicais.

O estudo do Ipam serve para reforçar a importância das terras indígenas nas discussões sobre Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) programas de conservação baseados em um sistema, ainda em negociação, pelo qual os países poderão receber dinheiro para manterem suas florestas em pé.
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