ASSISTIR EM DIRECTO: Mark Zuckerberg ouvido no Senado sobre Caso Cambridge Analytica


Foi uma maratona. Mais de quatro horas para o depoimento de Mark Zuckerberg perante duas comissões do Senado americano, quase metade dos membros da Câmara Alta. O veterano Lindsey Graham lhe perguntou qual considera seu principal competidor. Zuck não tinha resposta, caracterizando monopólio. Também o pressionaram a respeito de moderação, filtros, controles sobre ódio e notícias falsas. O CEO lhes respondeu com a crença de que os sistemas de inteligência artificial conseguirão dar conta do problema. Questionaram a empresa por negligência no caso Cambridge Analytica, ele reconheceu a falha e explicou que mudanças planeja. Mas, se houve momentos de saia justa, Zuck se manteve calmo, respeitoso e, em grande parte, lidou com parlamentares que faziam perguntas triviais demonstrando um profundo desconhecimento da tecnologia. Hoje, falará aos deputados.

Assista: o depoimento completo:

Tweets: Usuários da outra rede social fizeram graça dos senadores desinformados.

Logo que se encerrou a sabatina do CEO do Facebook, um rigoroso projeto de lei foi apresentado aos parlamentares. Iniciativa de dois senadores democratas, o Ato de Consentimento (PDF) exigirá concordância explícita de cada usuário para o emprego de qualquer informação pessoal. Nada. Nem uma publicidade poderia ser dirigida a qualquer pessoa sem que ela tivesse declarado concordar. Zuck possivelmente caiu em uma armadilha durante a exposição aos parlamentares. Um dos autores do projeto, Ed Markey de Massachusetts, perguntou a ele se apoiaria uma lei que deixasse mais clara a necessidade de assentimento pelos usuários. “Em geral”, respondeu o CEO, “me parece que o princípio está correto.”
Um trecho da sabatina: “O Facebook usa o áudio captado por celulares no conjunto de informações sobre seus usuários?”, perguntou um senador. “Não”, respondeu Zuck. “Você está falando de uma teoria conspiratória de que ouvimos o microfone do celular e utilizamos as conversas para publicidade. Não.”
Kara Swisher: “O que mais me perturba é como a jornada de Zuckerberg está sendo coberta como se ele precisasse de algum treinamento especial por conta de ser um geek desajeitado. Ele contratou consultores que lhe deram um curso sobre charme e humildade? Quem diria. Ninguém nunca faz isso com a exceção de todo mundo que encara uma sabatina no Congresso. Será que ele aguenta? Será que vai ficar abalado? E, mais importante, uma performance ruim fará Mark colocar o Facebook em risco? Fuck yes. Fuck no. And, WTF, of course not. Mark é um adulto com dois filhos e uma companheira de longa data, abriu o capital de sua empresa e gere o que é hoje uma das companhias mais poderosas da tecnologia. É um dos homens mais ricos do planeta. Se encontrou com reis e chefes de Estado por todo o mundo. Ele vai se dar bem porque, vou explicar bem devagar: É. O. Trabalho. Dele. Como. CEO.”
Quando se pergunta aos americanos qual a empresa em que menos confiam no Vale, 56% respondem Facebook. Em segundo vem o Google. Com 5%.

Facebook CEO Mark Zuckerberg testifies before Senate on user data
# Liveblogging: 1º Dia 

Facebook CEO Mark Zuckerberg testifies before House committee
# Liveblogging: 2º Dia 
# Dossier Cambridge Analytica

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