Ribeirinhos das Anavilhanas aprendem a fazer artesanato de madeira,sem destruir a Floresta Amazônica


A natureza esculpiu com capricho os contornos de Anavilhanas. Na mistura de rio e terras, formou o maior arquipélago fluvial do mundo. Quatrocentas ilhas se acomodam no leito do Rio Negro. São terra firme para o porquinho do mato, para formigas, para árvores que crescem acima de 30 metros de altura. Tamanha biodiversidade chama a atenção do mundo. E para preservar as belezas e riquezas desse canto do Brasil, foi criada em 1981 a Estação Ecológica Anavilhanas, perto do município de Novo Airão, a 140 kms de Manaus,no estado do Amazonas.
Entrevista com Simeão Anhape Bezerra-artesão :
"A economia era baseada principalmente na madeira, estaleiros navais, serrarias. O pessoal sobrevivia da extração da madeira.A saída foi trocar a motoserra pela paciência, aprendida na Fundação Almerinda Malaquias, voltada para a formação profissional de artesãos.Almerinda e Malaquias foram antigos moradores da região. Gente acostumada a tirar da terra o sustento e o remédio. Gente que serve de inspiração para mais de 40 pequenos artesãos e essa gente descobriu que pode ser tão forte quanto cada pedaço de madeira esculpido aqui.De um toco qualquer nasce um sapo,uma arraia, anta, boto./Obra do talento de tantos e do sonho de um suíço apaixonado pelo Brasil. Jean Daniel conheceu o Rio Negro há 16 anos.Para cruzar as águas turvas precisou de um barco.
Entrevista com Jean Daniel Vallotton -diretor da Fundação :
"Alugamos esse barco e o dono desse barco se chamava seu Miguel Rocha da Silva. Esse senhor, que eu não conhecia tinha um sonho, um projeto na cabeça dele de fazer um centro de formação profissional de madeira para jovens adolescentes de um pequena cidade do Rio Negro."
Marceneiro por profissão, aventureiro por vocação, Jean voltou à Suiça, vendeu o que tinha.Fundou lá uma ONG para financiar a Fundação Almerinda Malaquias aqui no Brasil.Mais de 120 artesãos já foram formados no oficio da marcenaria./Aprenderam que para talhar a madeira não é preciso derrubar mais árvores .Na mata devastada, os artesãos encontram ouro no que iria virar carvão. Restos das árvores abandonados pelos madeireiros são recolhidos.No galpão da Ong não são apenas os pedaços de pau que se transformam.


Autor:
Editora-Chefe: Vera Diegoli.
Reportagem: Laís Duarte. Pauta: Paula Piccin.
Imagens: Ronaldo Justino.
Operador de Áudio: Sebastião Avelino.
Supervisor Geral: Washington Novaes.

via Repórter Eco
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